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O Evangelho - a nova ou a boa nova - é a mais expressiva história de uma vida, através de outras vidas, iluminando a vida de todos os homens. É a história de um Homem que se levanta na História e faz-se maior do que a História, dividindo-a com o Seu Nascimento, de modo a constituir-se o marco rutilante dos fastos do pensamento universal.
Esta, a mais significativa história jamais narrada, encontra-se, todavia, sintetizada em "O Novo Testamento", modesta Obra de pouco mais de trezentas e cinqüenta páginas. Grafada por duas testemunhas pessoais de todos os acontecimentos, Mateus e João, e confirmada pelos depoimentos de outras que conviveram com Ele, tais como Pedro, - que pede a Marcos escrevê-la para os romanos recém-convertidos - e Lucas, que a recolhe de Paulo, o chamado da estrada de Damasco, de Maria, Sua Mãe, de Joana de Cusa, de Maria de Magdala e de outros, escrevendo, para a grande massa dos gentios conversos. Outros depoimentos de conhecedores e participantes diretos reaparecem nas Epístolas para culminarem na visão do Apocalipse.
Ao todo, vinte e sete pequenos livros constituídos por duzentos capítulos e sete mil novecentos e cinqüenta e sete versículos, em linguagem simples: quatro narrativas evangélicas, um Atos dos Apóstolos (atribuído a Lucas), catorze epístolas de Paulo (1), uma de Tiago Menor, duas de Pedro, três de João, uma de Judas (Tadeu) e o Apocalipse de João.
Discutidas e examinadas séculos a fio foram, no entanto, fixadas pelo Concílio de Trento (1545-1553), que lhes reconheceu a autenticidade, após compulsados os documentos históricos, constituídos pelos fragmentos das primeiras cópias manipuladas pelos cristãos decididos dos dias seguintes aos discípulos que fundaram as Igrejas então florescentes. . .
Embora as pequenas variantes de narrativas - o que lhes dá o testemunho inconteste da opinião pessoal dos escritores - através dos quatro evangelistas, a história do Filho do Homem é uma só.
Mateus (Levi) escreveu-a para os israelitas que se cristianizaram, comparando a Boa Nova com os Textos Antigos e utilizando-se das figuras comuns ao pensamento hebreu. (2)
Marcos (também chamado João), filho de Maria, de Jerusalém, em cujo lar os cristãos se reuniam o onde o Apóstolo Pedro, libertado do presídio se acolheu, que conheceu de perto as lides apostólicas junto a Paulo e Barnabé, dos quais se afastou em Perge, na Panfília, retornando a Jerusalém, tendo sido convocado mais tarde pelo próprio Pedro, à sementeira em Roma, em cuja ocasião grafou a sua narrativa. (3)
Lucas, recém-convertido por Paulo, residiu em Cesaréia, no lar do diácono Filipe de quem, emocionado, ouviu os mesmos fatos contados por Tiago Menor. Erudito, nascido em Antioquia, de cultura helênica, é o narrador deslumbrado e comovido dos feitos e palavras de Jesus. É o mais lindo dos quatro Evangelhos, impregnado da mansuetude do Cordeiro. Escrevendo. Escrevendo ao "excelente Teófilo", é dedicado à grande grei dos gentios, arrebatada pelo verbo candente de Paulo, seu mestre (4). Prosseguirá escrevendo, mais tarde, os Atos dos Apóstolos com o seu inconfundível estilo.
João, o discípulo amado, místico por excelência, escreveu para os cristãos que já conheciam a Mensagem com segurança. Aprofundou a sonda reveladora e se adentrou no colóquio do Mestre com Nicodemos, sobre o novo renascimento, de cujo colóquio, possivelmente, participara como ouvinte. Começa o seu estudo com a transcendente questão do Verbo e o encerra no Apocalipse com a fulgurante visão medianímica de Jerusalém Libertada. O seu, é o Evangelho espiritual.
Escritos inicialmente na língua falada por Jesus, o arameu, excetuando-se provavelmente Lucas, logo foram traduzidos para o grego, corporificando o pensamento do Mestre, que se dilataria por toda a Terra . . .

A mais comovente história que já se escreveu.
O maior amor que o mundo conheceu.
O Exemplo mais fecundo que jamais existiu.
A vida de Jesus é o permanente apelo à mansidão, à dignidade, ao amor, à verdade.
Amá-lO é começar a vivê-lO.
Conhecê-lO é plasmá-lO na mente e no coração.
A vida que comporta a história de nossa vida - eis a Vida de Jesus!
A perene alegria, a boa mensagem de júbilo - eis o Evangelho!


(Notas da Autora espiritual). (1) A Epístola aos Hebreus, no Concílio de Trento, foi atribuída ao Apóstolo Pedro, enquanto o de Cartago a supunha de autor ignorado. Preferimos a primeira assertiva. (2) Papias (75-150) informava que Mateus apresenta no seu Evangelho "os ditos do Senhor". (3) Marcos, que servia de intérprete a São Pedro, registrou com exatidão ainda que não pela ordem, palavras e obras de Jesus. (4) Dante afirmava que Lucas "é o escriba da mansidão de Jesus".


Por: Amélia Rodrigues, Médium: Divaldo Pereira Franco


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