O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Honestidade Vai Bem
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Uma cena inusitada e inspiradora no esporte.
O atleta queniano, Abel Mutai, Medalha de Ouro nos três mil metros com
obstáculos e campeão olímpico em Londres, estava prestes a ganhar mais uma
corrida.
Entrou em um novo setor da prova, e achando que já havia cruzado a linha de
chegada, começou a cumprimentar o público, reduzindo o passo.
O segundo colocado, logo atrás, Ivan Fernandez Anaya, vendo que ele estava
equivocado e parava dez metros antes da bandeira de chegada, não quis aproveitar
a oportunidade para acelerar e vencer.
Ele permaneceu às suas costas, e gesticulando para que o queniano compreendesse
a situação, quase o empurrando, levou-o até o fim, deixando que ele
conquistasse, então, a merecida vitória - como já iria acontecer se ele não
tivesse se enganado sobre o percurso.
Ivan Fernandez Anaya, um jovem corredor de 24 anos, que é considerado um atleta
de muito futuro, ao terminar a prova, disse:
Ainda que tivessem me dito que ganharia uma vaga na seleção espanhola para
disputar o campeonato europeu, eu não teria me aproveitado. Acho que é melhor o
que eu fiz do que se tivesse vencido nessas circunstâncias.
Quando começaremos a agir assim, em todas as situações de nossas vidas?
Quando deixaremos de enganar os outros e de enganar a nossa própria consciência?
Teríamos agido dessa forma, em situação semelhante, ou não?
Valerá a pena tudo por uma medalha, por um resultado, por ser proclamado melhor,
o número um, nisso ou naquilo?
Valerá tudo para conseguir um emprego, um dinheiro extra, um bom negócio
fechado? Será?
A virtude da honestidade diz que não, não vale a pena.
Atuando assim, poderemos ter pequenas e falsas vitórias aqui e ali, mas
continuaremos sendo almas derrotadas, pois não vencemos o mundo e suas
destemperanças, não vencemos o homem velho e vicioso em nós.
O importante é vencer-se, estando em paz com nossa consciência.
Não basta viver e sobreviver. Citando o grande Sócrates e sua honestidade,
quando lhe propuseram a fuga da prisão onde ficou até a morte: O importante não
é viver. O importante é bem viver.
Estamos aqui para aprender a bem viver, para vencer quando estivermos preparados
para vencer, quando merecermos a vitória.
Participar desses jogos baixos do mundo, dessas manipulações de mentes, de
esquemas é permanecer pequeno, é congelar a evolução moral do Espírito.
Ser honesto é vivenciar a verdade em todas as circunstâncias, a verdade que,
segundo o Mestre, nos libertará - libertará da ignorância e do sofrimento.
Um gesto de honestidade vai muito bem.
Vai muito bem em casa, quando confessamos o que vai em nosso coração, quando não
desejamos esconder nada de ninguém.
Vai muito bem nas relações sociais, quando atuamos com justiça, com probidade,
dando a cada um o que é seu de direito, nunca admitindo passar alguém para trás.
Vai muito bem no casamento, toda vez que honramos o compromisso com o outro,
jamais praticando algo que não gostaríamos que praticassem conosco.
Vai muito bem sempre.
Haverá dia em que honestidade não precisará mais ser considerada virtude a ser
conquistada, pois seremos todos honestos por natureza.
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita. Do site: https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=7266&stat=0
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