Trovas de Todos, por Cornélio Pires
Caridade de Raciocínio
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Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...
A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações
anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve
ser.
Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.
O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o
raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema
tentativa de recuperação.
Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.
O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio
se lhe dê corrigenda.
Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.
O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo,
prescreve o raciocínio seja ele contido à força.
Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.
O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui
narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a
necessária segregação para o tratamento preciso.
O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar
consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que lhe objetivem o
aperfeiçoamento compulsório.
A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários
desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de meios determinados, de
modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o remédio amargoso da
experiência, no veículo das horas.
Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males saem de nós, em
prejuízo dos outros.
Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da lama,
com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser
volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na
planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da
estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em que se movimente. Em
qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e
exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares,
multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte,
aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e,
para o bem geral, lhe impeça o uso.
Por: Emmanuel, Do livro: Opinião Espírita, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
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