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Sempre penoso o quadro em que se lhes patenteia o regresso à Espiritualidade.

São eles os nossos irmãos mutilados nos próprios sonhos.

Exaltavam a força da liberdade, no entanto, desarvoraram-se na indisciplina e se enrijeceram na violência, em que se articulam o desespero e a perturbação.

Dedicavam-se ao amor, entretanto, cristalizaram-se na afeição possessiva, enovelando-se nas teias da delinqüência.

Consagravam-se à atividade, mas abraçaram os movimentos da ambição desregrada e caíram em avareza e penúria de espírito.

Cultivavam a justiça, todavia, agindo sem misericórdia, tresmalharam-se nas pedras da tirania e da impressão.

Iluminavam-se de boas intenções; contudo, ainda incapazes de integração com as Leis Divinas que consideram o bem de todos, apagaram raciocínios brilhantes nas sombras do remorso.

Após a desencarnação, são eles os portadores do complexo culposo que carregam em si os remanescentes dos atos infelizes a que se empenharam...

Lamentam os braços de que se serviram para a ofensa ao próximo e a si mesmos;
lastimam os pés que os transportaram para a consumação de delitos nos quais dilapidaram os interesses de legiões de pessoas;
menosprezam os órgãos de comunicação afetiva com que enlouqueceram corações sensíveis, ao satisfazerem apetites inferiores sem qualquer noção de responsabilidade, em nome do amor;
e deploram as engrenagens do cérebro com que realizaram o próprio suicídio para se reencontrar no Além mais perturbados e desditosos.

Claramente inabilitados para a vida nas Esferas Superiores e suficientemente infelizes para serem enviados a qualquer esquema de punição, já que a própria mente descontrolada lhes recomenda, em benefício próprio, a hospitalização carcerária, tão somente se lhes descortina uma estrada ao suspirado reequilíbrio: o retorno ao corpo terrestre a fim de que o remédio da regeneração, no veículo do esquecimento temporário, lhes seja administrado pelas forças da vida, na reconstituição gradativa dos recursos que desgastaram ou destruíram pela autodeterminação, no curso do tempo...

Irmãos que renascestes em regime de cassação transitória, quanto a implementos determinados do corpo, agradecei aos vossos pais o carro físico em que vos encontrais provisoriamente, para reajuste e reparação...

Nunca vos levanteis contra as criaturas que vos entreteceram a cela curativa em que vos achais, já que herdastes psicologicamente, de vós próprios, as insuficiências, mutilações, dificuldades e inibições que trazeis do berço em auxílio à solução de vossos problemas e necessidades.

Tão importante se faz a tarefa dos vossos genitores, que nas Leis Divinas doadas ao mundo pelo mandato de Moisés, recomendou o Senhor se inscrevesse o mandamento inesquecível, como sendo obrigação para todos os filhos da Humanidade: “Honrai o vosso pai e a vossa mãe”.


Por: Emmanuel, Do livro: Caminhos de Volta, Médium: Francisco Cândido Xavier


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