O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Desenvolvimento Psíquico
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Tentando definir a mediunidade, podemos ainda interpretá-la como sendo a
capacidade de fazer-se alguém intermediário entre pessoas e regiões distintas. E
assim como existem agentes de variada espécie para variados assuntos da vida
humana, temos medianeiros de especialidades múltiplas para a vida espiritual.
Informados hoje de que a morte física não expressa sublimação, não podemos assim
admitir que o desenvolvimento das faculdades psíquicas constitui só por si,
credencial de superioridade.
Daí o imperativo de fixarmos no aprimoramento pessoal a condição primária do
êxito em qualquer tarefa de intercâmbio.
Aqui, encontramos clarividentes notáveis e além somos defrontados por excelentes
médiuns falantes, mas se aquele que vê não possui discernimento para o esforço
de seleção e se aquele que se faz portador do verbo não consegue auxiliar a obra
de esclarecimento construtivo, o trabalho de transmissão sofre naturalmente
consideráveis prejuízos, desajudando ao invés de ajudar.
Nesse sentido, somos obrigados a reconhecer que o espírito do Cristianismo
jamais foi alterado, em sua pureza essencial, mas os representantes ou
medianeiros dele, no curso dos séculos, impuseram-lhe cultos, interpretações,
aspectos e atividades, simplesmente artificiais.
O médium de agora deve exprimir-se em mais altos níveis.
Acham-se, frente a frente, os dois grandes grupos da Humanidade - encarnados e
desencarnados - e, em ambos, persistem os “altos e baixos” do mundo moral...
Se o intermediário entre eles não se aperfeiçoa, convenientemente, permanece na
posição do aprendiz retardo, por tempo indefinível, nas letras iniciantes,
quando lhe constitui obrigação avançar sempre, na direção da sabedoria.
O artista é o representante da música.
O violino é o instrumento.
Mas se o violino aparece irremediavelmente desajustado, como revelar-se o
portador da melodia?
A força elétrica é o reservatório de poder.
A lâmpada é o recipiente da manifestação luminosa.
Mas se a lâmpada estiver quebrada, como aproveitar a energia para expulsar as
travas?
O benfeitor espiritual é o mensageiro da perfeição e da beleza.
O homem é o veículo de sua presença e intervenção.
Todavia, se o homem está mergulhado no desespero ou no desalento, na
indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de refletor dos emissários
divinos?
Há muita gente que se reporta ao automatismo e à inconsciência nos estudos da
mediunidade, perfeitamente cabíveis no círculo dos fenômenos. Não podemos
olvidar, entretanto, que o serviço de elevação exige esforço e boa vontade,
vigilância e compreensão daquele que o executa, a fim de que a tarefa espiritual
se sustente em vôo ascensional para os cimos da vida.
Por esse motivo, quem se disponha a cooperar em semelhante ministério, precisará
buscar no bem a sua própria razão de ser.
Amando, arrancamos no caminho as mais belas notas de simpatia e fraternidade,
que constituem vibrações positivas de auxilio e apoio, na edificação que nos
compete efetuar.
A bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único para
crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo
a assimilarmos as correntes santificantes dos planos superiores, em marcha para
a consciência cósmica.
Não há bom médium, sem homem bom.
Não há manifestação de grandeza do Céu, no mundo, sem grandes almas encarnadas
na Terra.
Em razão disso, acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso
desenvolvimento psíquico, se estamos aprendendo a estudar e servir.
Por: Emmanuel, Do Livro: Roteiro, Médium: Francisco Cândido Xavier
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