O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
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Aprende a doar-te, se desejas atingir a prática legítima do Evangelho.
Pregador que se alça à tribuna dourada, derramando conceitos brilhantes, mas não
se gasta nos labores que propõe é apenas máquina de falar, inconsciente e
inconsequente. O verdadeiro aprendiz da Boa Nova está sempre a postos.
Se convidado a dar algo, abre a bolsa humilde e, recordando-se da parábola da
viúva pobre, oferta o seu óbolo sem constrangimento. Se chamado a dar-se,
empenha-se no trabalho, gastando-se em amor, consumindo as energias, recordando
o Mestre na carpintaria nobre.
Há muita gente nas fileiras do Cristianismo que ensina com facilidade,
utilizando linguagem escorreita, falando ou escrevendo, mas logo que é convocada
a dar ou doar-se recua apressadamente ferida no amor próprio.
Prefere as posições superiores de mando, distante das honrosas situações do
serviço. Pode ser comparada a parasitas em alta posição na árvore de que se
nutrem, inúteis.
Em comezinhos exemplos, encontrarás, no quotidiano, o ajudar gastando-se.
A pedra que afia a lâmina consome-se no mister.
A grafite que escreve, desaparece enquanto registra.
O sabão que higieniza, dissolve-se, atendendo ao objetivo.
Em razão disso, não receies sofrer nas tarefas a que te propões.
São os maus que de ti necessitam, Os enfermos te aguardam e os infelizes confiam
em ti.
Pede a ti mesmo algo por eles e, embora o teu verbo não tenha calor nem a tua
pena seja portadora da fraseologia retumbante, haverá sempre muita beleza em
teus atos e muita bondade em teus gestos quando dirigidos àqueles para quem,
afinal, a Boa Nova está no mundo, recordando que Jesus, após cada pregação
sublime, dava-se a si mesmo para a felicidade geral.
A estes oferecia a palavra de alento e paz.
Àqueles ministrava, compassivo, lições de vida e gestos de amor.
A uns abria os olhos fechados ou os ouvidos moucos. A outros lavava as mazelas
em forma de pústulas ou recuperava a paz, afastando os Espíritos infelizes.
E a todos se doava, sem cessar, cantando a Boa Nova e vivendo-a entre os
sofredores até a Cruz, que transformou em ponto de luz na direção da Vida
imperecível.
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, da obra Espírito e vida, ed. Leal. Do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=307
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