O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Doce Lar ... Favela
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Irmãos meus, é hora do silêncio!
O silêncio faz nossa voz interna gritar à procura de Deus, e Deus está aqui,
misturado às coisas que nos esquecemos de observar, mas que encerram a essência
do amor fraternal.
Deus também está nas favelas, nos barracos pobres, porque o desamor e a
violência não pertencem às favelas e sim aos corações dos homens. Onde estiver
um coração perdido no mal, envolto por nuvens escuras, haverá violência e
maldade. As guerras nascem nas mentes doentias, orgulhosas, egoístas e sedentas
de poder, e não importa o lugar onde vivam esses corações, importa, sim, o
quanto vivem afastados de Deus.
Quanto mal é gerado no meio da opulência e da riqueza! E quanto bem podemos
encontrar nos corações que habitam barracos pobres e miseráveis!
Devemos evitar que o sentimento do falso moralismo se infiltre na nossa mente.
Devemos encarar a verdade dos nossos sentimentos e tentar compreender o muito
que podemos realizar em prol de uma sociedade mais feliz. Mas geralmente
sentimos medo e repulsa por alguém vestido pobremente e nos entregamos sem
reservas às pessoas que imaginamos ser corretas e dignas, unicamente tendo as
vestes como garantia. A aparência é apenas o corpo físico à mostra, a essência é
o ser na realidade, porque é com o coração que vemos corretamente. O essencial é
invisível aos olhos, mas a humanidade é capaz de perdoar um buraco no caráter de
um homem do que um buraco na sua roupa.
Por essa razão torno a dizer, é hora do silêncio, é hora de repensar, de
reavaliar os valores e os conceitos, para poder soltar a voz com sabedoria e
respeito em favor dos irmãos que amargam as dificuldades e as tristezas das
favelas. O importante é saber que o coração do homem é o local onde se abriga o
bem ou o mal. a opção pertence a cada um.
Devemos concientizar-nos da força que possui a palavra. Quanto mais o mal for
exposto em letras garrafais, mais irá se propagar. Existem mentes que esperam
apenas as idéias para agir. Por que ano expor com a mesma força o bem que se
pode fazer? Por que ano divulgar as tantas opções que existem para melhorar a
acalmar essa onda de violência? Quanto mais os ricos se exibirem em futilidades,
mais os pobres se revoltarão com a gritante diferença social. É difícil ver o
prato vazio, filhos doentes e famintos, quando tantos desperdiçam o que para
eles é o essencial.
A luta por um mundo melhor e mais pacífico é constante árdua. Cabe a todos
contribuir para essa modificação. Atirar a primeira pedra é imprudência; julgar
impulsivamente é errar no julgamento e se arrepender mais tarde; mas nutrir o
coração com justiça, compreensão e solidariedade é, pelo menos, se dar a
oportunidade de acertar.
Em vez de solicitarmos de Deus que nos envie a paz, vamos pedir ao Pai que nos
auxilie a conquistá-la através da transformação da nossa alma, porque tudo se
consegue por merecimento. Deus não nos envia nada de graça, mas dá-nos a
oportunidade, o esclarecimento e as condições para alcançarmos o nosso ideal de
felicidade. É esse ideal que devemos buscar através da nossa reforma interior.
Até mais ver!
Por: Irmão Ivo, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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