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Será que se trabalharmos oito, nove, dez horas por dia significa que somos profissionais produtivos? Qual é a diferença entre “atividade” e “realização”?

O famoso naturalista francês, Henry Fabre, fez uma inusitada experiência, que responde as duas questões anteriores. Ele reuniu várias lagartas de procissão (elas têm esse nome porque andam em fila) e as colocou sobre uma mesa. Rapidamente elas ficaram em fila. Cuidadosamente ele formou um circulo com essas lagartas, de tal forma que a lagarta líder tocava seu corpo na última lagarta. No centro desse círculo Henry Fabre colocou folhas de pinheiro, que é o alimento preferido da lagarta de procissão. Cada lagarta estava a 15cm do seu alimento preferido. Elas andaram em círculo um dia, sem se alimentarem; dois dias, sem se alimentarem; três dias, sem se alimentarem. No quarto dia estavam todas mortas!

Não é verdade que elas tiveram muita atividade e nada de realização?

A experiência do naturalista Henry Fabre evidencia que a realização é o que importa. De que vale um líder ter muita atividade se sua equipe pouco realizar?

Às vezes aquele profissional que, pela sua intensa atividade, o denominamos de máquina humana, comporta-se mais como máquina do que como ser humano!

Que fique claro que pode ocorrer do profissional ter muita atividade e ao mesmo tempo muita realização. As vidas de três grandes empresários, a seguir citados, evidenciam com mais clareza que não necessariamente atividade e realização tem a ver com o número de horas trabalhadas, isto é, há quem exerce muita atividade e muito realiza, assim como há quem exerce pouca atividade, e também muito realiza.

O empresário Antônio Ermírio de Moraes trabalha 15 horas por dia e nunca tirou rias. Ele é o exemplo de quem tem muita atividade e muita realização.

Outro grande empresário, Antônio Carlos de Almeida Braga trabalha 8 horas por dia e tira três meses de rias por ano! É o exemplo de quem tem atividade mediana e muita realização.

Júlio Ribeiro, presidente da Talent (que cria entre outras as propagandas da Brastemp) não trabalha. Ou melhor, seu “escritório de trabalho” é um atelier que fica dentro de sua agência de propaganda. Ele, que gosta muito de pintar, fica o dia inteiro pintando quadros, enquanto sua equipe trabalha. Quando sua equipe precisa de alguma sugestão, reúne-se com Júlio Ribeiro. E geralmente é ele quem dá as melhores idéias. Júlio Ribeiro é o exemplo de quem praticamente não tem atividade, mas muito realiza.

Enfim, a questão não é indagarmos a nós mesmos se temos ou não muita atividade, mas, sim, refletirmo-nos sobre o tanto que nossa atividade gera realização.


Por: Alkindar de Oliveira, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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