Perante a Ciência, por André Luiz
Ofícios da Alma
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Assunto digno de ser examinado com profundidade. Pensemos
nele. Você já verificou a dificuldade que encontramos para viver a existência
que é nossa, pessoal, isto é, o dever que o mundo nos confiou?
Habitualmente solicitamos a reencarnação, antes do berço, com o empenho dentro
do qual suspiramos por emprego digno nas atividades terrestres. No plano físico
disputamos cargos rendosos, na esfera espiritual pedimos encargos edificantes.
Interpretemos os compromissos a que nos impomos, na experiência humana, como
sendo ofícios da alma. Requisitamos ofícios de pai, mãe, esposo, esposa, filho,
filha, irmão e irmã e tarefas múltiplas tituladas diversamente no quadro das
missões de natureza moral.
Recebidas as concessões, quando já nos achamos na oficina do mundo, não raro
eis-nos à caça de fuga, incapazes de aceitar o trabalho que nos pertence.
Tal fato quase sempre acontece no lar, onde somos exortados ao serviço que
imploramos, para dar mostras de nossa habilitação aos apostolados maiores, junto
da Humanidade.
Revelados os problemas que nos cabem resolver, adornamo-nos com pretextos
medidos a gesto brando e repetimos, antes da deserção: “fiz o que era possível”,
“não tenho culpa”, “sei que estou com a razão” ou isso não está nas minhas
forças”.
Se usufruímos posição de ceder, queremos tomar. Se precisamos testemunhar
obediência e disciplina, adotamos aspiração ao mando, favorecendo o
desequilíbrio.
Da atitude desarrazoada à frente das pequeninas iniciativas de renúncia
construtiva a que somos chamados, passamos da união à separação, do estímulo do
louvor ao vinagre da queixa, do esclarecimento ao bate-boca, da vigilância à
aventura.
Atingido esse ponto, somos tão-somente a pessoa frustrada, para quem os Bons
Espíritos — mesmo os benfeitores que nos auxiliaram a renascer — conseguem por
acréscimos de misericórdia, na Benemerência Divina, uma ou outra ocupação
deficitária. Aproveitam-se, desse modo, nos princípios de bondade, os salvados
de naufrágio ou de incêndio, que, no caso, mostram maior teor de lástima, de vez
que são vítimas de desastres morais provocados por eles próprios.
Se você suporta conosco o exame deste tema, medite enquanto pode compreender-nos
tranquilamente.
Tolere a responsabilidade presente, esquecendo-se para melhor cumpri-la. Todos
vivemos facilmente, muito difícil é e será sempre viver a existência que é
nossa.
Mas não se iluda. Ser-nos-á possível fugir ao dever por séculos e séculos, mas
estejamos convencidos de que a nossa obrigação tem o nosso endereço e, de
qualquer maneira, se encontra a caminho, procurando por nós.
Por: Kelvin Van Dine, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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