O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Acerca da Amizade
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Uma das coisas mais admiráveis da Obra Divina é a amizade
entre os seres, o apego entre as criaturas humanas, aquele fascínio, aquela
empatia, ou seja, aquela tendência para se sentir o que o outro sente, caso este
experimente certas situações, circunstâncias.
Algumas pessoas dizem preferir amar os animais a amar os semelhantes, tendo como
"amigo fiel" um cão, por exemplo. Segundo alguns, um cão "jamais exige". Pudera!
O animal não fala! Quem não é capaz de amar como se deve os semelhantes, não é
capaz de realmente amar animais, plantas, rios, mares, o ar que respira, etc. O
verdadeiro amor traz alegria, é o antegozo da plena ventura.
Não existe coisa melhor neste mundo que o apoio de um coração amigo, quando,
principalmente, das horas difíceis; um amigo do peito, gente nossa, jamais se
esconderá, se procurado, e sempre reconhecerá um benefício recebido. Ter amizade
é como possuir uma flor viva de exuberante frescor e inebriante aroma que
impregna a alma, dando-lhe energia moral.
Comparo uma amizade íntegra, sem artifícios, sem segundas intenções, a certas
flores que, conforme sua forma e cor, são capazes de sensibilizar sobremaneira.
Amizade é mesmo também uma maneira de se dizer que a vida pode ser maravilhosa,
que existe luz no final do túnel...
Todavia o mais importante numa amizade é o resguardo dos rigores da
incompreensão que não sabe divisar quando o direito de um amigo começa e o nosso
termina. Ninguém pode colher os frutos da cordialidade em terreno onde nunca
semeou ou no qual, se semeou, deixou de dispor do necessário à subsistência, aos
cuidados imprescindíveis da cultura do não ferir, do não exigir a prática ou a
recusa de certas condutas ou o acatamento a situações sem ponderar. Amizade é
questão de sensibilidade, de ética.
Sim, não há alegria, prazer de viver, sobretudo crescimento espiritual, onde não
houver um sentimento fiel de afeição que caracteriza uma bela amizade. Amigos,
todavia, se obtém por mérito, pela nossa conduta exemplar, e a regra básica é a
que indica o Mestre Jesus: "Faça ao próximo tudo o que deseja para si próprio",
isto é, o Bem. O resto é conversa fiada, só perfumaria.
A amizade é como um bálsamo nas aflições da vida. Esforcemo-nos por onde possuir
o maior número possível de amigos, enquanto aqui permanecermos, uma vez que,
para isso, Deus nos permitiu renascer no mesmo planeta, e "não se turbe o vosso
coração" (segundo assim dizia o Mestre): com as mesmíssimas pessoas de outras
existências ou, pelo menos, com algumas delas.
Atentemos nesta máxima tão conhecida de nós, espíritas: "A Terra é um planeta de
provas e expiações"... Pois bem. Nem mesmo Jesus, que deu sublimes exemplos da
mais pura amizade, conseguiu conquistar amigos a mancheias; nem mesmo no âmbito
das relações mais íntimas. Paciência.
Por: Davilson Silva - O Clarim, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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