O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Disponibilidade para Deus
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Rico ou pobre, culto ou iletrado, sem obrigação de exercer
regularmente atividades profissionais ou preso a um penoso horário de trabalho
todo santo dia, qualquer que seja, enfim, o seu status (econômico, intelectivo e
social), você tem um singular recurso para ser feliz, livrando-se da
avassaladora onda de neurose coletiva que está jogando enorme quantidade de
pessoas em consultórios de psicanalistas, em cursos de controle da mente de
propaganda ruidosa e matrículas caras, em salas de cartomantes e astrólogos, em
templos que prometem impossíveis milagres, em gabinetes onde se vendem duvidosas
propriedades terapêuticas de cores e cristais, em folclóricos terreiros de
macumba ostensiva ou disfarçada, finalmente em bares e outros ambientes
acolhedores de quem busca ilusão e refúgio, compelido pela angústia existencial.
Aludimos ao recurso de mandar às favas os valores vigentes na moderna sociedade
de consumo (dentro da qual, já nos ocorreu afirmar certa feita, consumimos cada
vez menos e somos cada vez mais consumidos!), de dar um inteligente pontapé nos
desejos que sempre o atormentaram e nunca puderam (talvez nunca possam, nem
devam) ser atendidos e, depois desta sensata resolução, colocar sua vida em
disponibilidade para DEUS.
Isto se afigura muito complicado e difícil de ser conseguido, mas é tão simples
e fácil que quase ninguém compreende...
Não consiste em mergulhar na crença hermética ou na fé cega, entregando-se a
leituras e práticas de sabor oriental ou de conteúdo religioso sectarista, nem
consiste em voar bastante alto nas asas do lirismo poético, limitando-se a
apreciar as maravilhas da natureza, que passeiam das plumagens dos pássaros aos
sorrisos das crianças, dos bosques floridos aos céus polvilhados de estrelas...
Consiste, apenas, em você parar de pensar excessivamente em termos pragmáticos e
utilitaristas, alimentando o egoísmo, segundo a moda da racionalidade atual, a
fim de escutar a voz da consciência, porque por ela DEUS lhe fala a todo
momento.
Isto é o que, no fundo e expressamente, ensina a Doutrina Espírita. Quando Allan
Kardec indagou, de forma direta, aos seres do Além reveladores da filosofia por
ele codificada “onde está escrita a lei de Deus”, obteve esta resposta curta e
incisiva: na consciência. (Pergunta 621 de “O Livro dos Espíritos”.)
Você já marcou encontro com a sua? Costuma consultá-la, não só diante de dúvidas
e dilemas, mas a cada instante: de tranqüilidade, de sofrimento e de euforia?
Torna-se imperioso convivermos com a consciência se quisermos nascer para a luz
de nós mesmos. Embora tal atitude, de início, mostre-se desconfortável, porque
ela nos acusa mais do que defende, no grau evolutivo por onde ora transitamos,
vale a pena enfrentá-la e assumi-la em definitivo. Escutando-a atentamente, com
intenção honesta, bem cedo seremos equilibrados e não perturbados (neuróticos),
pelo elementar motivo de que ficaremos em disponibilidade para DEUS, flutuando
na obediência à sua vontade sábia e soberana, plena de infinito amor. Quem
experimenta esta condição íntima, que alguns, por eufemismo de linguagem ou por
condicionamento místico, chamam de estado de graça, sabe o que é ser feliz. Quem
jamais tentou atingi-la, recusando-se a defrontar-se com a própria consciência,
em vão correrá à procura da paz interior arrimando-se na orientação de
terceiros, sejam eles gurus excêntricos, pregadores carismáticos ou pretensos
cientistas.
Por: Nazareno Tourinho, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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