Mortos
Há sempre numerosos mortos em nossa luta de cada dia,
convocando-nos à Prece da Diligência e da Bondade.
Mortos que jazem muito mais impassíveis do que os outros - aqueles que, por
vezes, julgais sentenciados à cinza e à separação.
Há Usuários inermes em túmulos de ouro.
Há Dominadores da carne, serrados em sarcófagos imponentes de orgulho falaz.
Há Juízes inomados em covas de lamas.
Há Legisladores mumificados em terríveis enganos da Alma.
Há Sacerdotes enterrados em brilhantes mausoléus de simonia e Administrador
encarcerados em urnas infernais de inconfessáveis compromissos.
Há Jovens mortos no vício e Velhos amortalhados no frio do desencanto.
Há Sábios enrijecidos no gelo da indiferença e Heróis cristalizados em ataúdes
de medalha faiscantes.
Há Criaturas impulsivas em sepulturas de espinhos e Mentes preguiçosas em
sepulcros de miséria.
Se proclamardes a Verdade para essas Almas cadaverizadas no esquecimento da Lei
Divina, decerto responder-vos-ão com a inércia, com a ironia, com a imobilidade
e com a negação.
Para semelhantes retardados de Espíritos, pronunciou o Senhor as inesquecíveis
palavras: - " Deixemos aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos".
Procuremos , pois, a Vida, descerrando o nosso Coração ao Trabalho constante do
Bem Infinito, porque, em verdade, só aquele que Aprende e Ama sempre,
renovando-se sem cessar para a Luz, consegue superar os níveis inferiores da
treva, subindo, "victorioso", ao encontro da Vida imperecível com Eterna
Libertação.
Emmanuel