Na Forja da Vida
"Entrai pela porta estreita porque larga é a porta da perdição
e espaçoso o caminho que a ela conduz e muitos são os que entram por ela."
(JESUS, Mateus, 7:13).
"Larga é a porta da perdição porque são numerosas as paixões más e porque o
maior número envereda pelo caminho do mal."
(Alan Kardec. E.S.E, Cap. XVIII, 5)
Trazes contigo a flama do ideal superior e anelas concretizar os grandes sonhos
de que te nutres, mas, diante da realidade terrestre, costumas dizer que a
dificuldade é invencível.
Afirmas haver encontrado incompreensões e revezes, entraves e dissabores, por
toda a parte, no entanto...
O pão que consomes é o resumo de numerosas obrigações que começaram no cultivo
do solo; a vestimenta que te agasalha é o remate de longas tarefas iniciadas de
longe com o preparo do fio; o lar que te acolhe foi argamassado com o suor dos
que se uniram ao levantá-lo; a escola que te revela a cultura guarda a
renunciação de quantos se consagram ao ministério do ensino; o livro que te
instrui custou a vigília dos que sofreram para fixar, em caracteres humanos, o
clarão das idéias nobres; a oficina que te assegura a subsistência encerra o
concurso dos ceareiros do bem, a favor do progresso; o remédio que te alivia é o
produto das atividades conjugadas de muita gente.
Animais que te auxiliam, fontes que te refrigeram, vegetais que te abençoam e
objetos que te atendem, submetem-se a constantes adaptações e readaptações para
que te possam servir.
Se aspiras, desse modo, à realização do teu alto destino, não desdenhes lutar, a
fim de obtê-lo.
Na forja da vida, nada se faz sem trabalho e nada se consegue de bom sem apoio
no próprio sacrifício.
Se queres, na sombra do vale, exaltar o tope do monte, basta contemplar-lhe a
grandeza, mas se te dispões a comungar-lhe o fulgor solar na beleza do cimo,
será preciso usar a cabeça que carregas nos ombros, sentir com a própria alma,
mover os pés em que te susténs e agir com as próprias mãos.
Emmanuel