Harmonia do Universo
Inspirei-me para esta coluna no interessante "Debate do Dia",
em O TEMPO de 10-4-2003: "O equilíbrio sempre existiu na natureza?"
É uma idéia muito particular e subjetiva a de quem afirma que não há harmonia no
cosmo e na natureza. E ter-se-ia um dos debatedores confundido macrocosmo com
macrossomo? Ele tachou o Universo de macrossomo (monstruoso, por ser muito
grande) e microssomo (monstruoso, por ser muito pequeno). E há diferença, sim,
entre as leis do microcosmo e macrocosmo, mas, quantitativa, e não qualitativa,
pois as partes estão contidas no todo. Na natureza, às vezes, há destruição,
como no papel de Xiva na Trindade Hindu, o qual destrói, sim, mas para uma
reconstrução nova e melhor. Xiva corresponde ao que é o (um) Espírito Santo
cristão, que constrói o que é bom e santo. Cosmo é sinônimo de universo, e
significa perfeição, harmonia, beleza. Daí, cosmético, o que embeleza, e que tem
como antônimo caos, abismo, feio, como era tudo antes de Deus criar as primeiras
coisas, segundo a Bíblia
Cientistas da Física Quântica, como Max Planck, Niels Bohr, Werner Heisenberg,
afirmam que nós, ao observarmos um fenômeno, não somos só observadores, mas
também, co-participantes dele, e que, com a nossa consciência, podemos
influenciar todas as energias do universo. Se assim é, não seria a nossa
consciência responsável, também, pelas energias causadoras dos distúrbios e
cataclismos naturais, já que ela é, igualmente, a responsável pelos nossos
carmas ou Lei de Causa e Efeito?
Segundo os físicos quânticos, as coisas invisíveis são mais reais do que as
visíveis, o que está de acordo com o ensino de São Paulo: "Não nos prendamos às
coisas visíveis que são transitórias, mas às invisíveis que são eternas". E é
ainda Paulo que ensina: "O visível vem a existir das coisas que não aparecem"
(Hebreus 11,3). Aliás, tudo que surge, como sendo visível, desaparece, mas sem
se perder, ao voltar ao invisível, pois tudo volta à sua fonte de origem. Isso
nos lembra Lavoisier: "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
Lembra-nos, também, Pietro Ubaldi ("A Grande Síntese"): "Tudo que começa tem
fim, e tudo o que tem fim recomeça, como tudo o que nasce morre, e tudo o que
morre, renasce". E ainda nos lembra Salomão: "O que foi é o que há de ser ; e o
que se fez, isso se tornará a fazer: nada há, pois, de novo debaixo do Sol"
(Eclesiastes 1,9). E, principalmente nós, espíritos imortais, não somos novos
debaixo do Sol, pois já estivemos aqui na Terra em várias encarnações passadas.
Terminamos esta matéria sobre a harmonia do Universo, citando Einstein, que,
antes de desencarnar, tornou-se também um físico quântico: "Creio em Deus que se
revela na harmonia ordenada do Universo, e que a inteligência está manifesta em
toda a Natureza."
José Reis Chaves