Anencéfalo e Abortamento
Inicialmente, lembramos que anencéfalo, embora seja
considerado sem cérebro, na realidade é portador de um segmento cerebral,
estando faltante regiões do cérebro que impossibilitarão sua sobrevivência pós
parto.
A fim de colocarmos a visão espírita sobre este importante problema,
exemplificaremos com um caso real, onde usaremos nomes fictícios.
João e Maria, eram casados há dois anos. A felicidade havia batido à sua porta.
Maria estava grávida. Exultantes, procuraram o médico obstetra para as
orientações iniciais. Planos mil, ambos estabeleceram. Ao longo dos meses, no
entanto, foram surpreendidos, através do estudo ultrassonográfico, da triste
notícia de que seu bebê era anencéfalo. Ao serem informados, caíram em prantos
ao ouvirem a proposta do obstetra lhes oferecendo o abortamento. Posicionaram-se
contrários, explicando sua visão espírita.
- Trata-se de um ser humano que renasce precisando de muito amor e amparo. Nós
estaremos com nosso filho (a) até quando nos for permitido.
- Mas, esta criatura não vai viver além de alguns dias ou semanas na incubadora,
disse o obstetra.
- Estamos cientes, mas até lá seremos seus pais.
Guardavam, também, secretamente, a esperança de que houvesse algum equívoco de
diagnóstico que lhes proporcionasse um filho saudável.
Durante nove meses, dialogaram com seu bebê, intra-útero. Disseram quanto o
amavam. Realizaram, semanalmente, a reunião do Evangelho no Lar, solicitando aos
mentores a proteção e amparo ao ser que reencarnava.
Chegara o grande momento: em trabalho de parto, Maria adentra a maternidade com
um misto de esperança e angústia. A criança nasce; o pai ao ver o filho sofre
profundo impacto emocional, tendo uma crise de lipotímia, O bebê anencéfalo
sobrevive na incubadora com oxigênio, 84 horas. Há um triste retorno ao lar.
Passam-se aproximadamente 2 anos do pranteado evento. João e Maria,
trabalhadores do instituto de cultura espírita de sua cidade, freqüentavam, na
mencionada instituição, reunião mediúnica, quando uma médium em desdobramento
consciente informa ao coordenador do grupo:
- Há um espírito de uma criança que deseja se comunicar.
- Que os médiuns facilitem o transe psicofônico para a atendermos, responde o
dirigente.
Após alguns segundos, uma experiente médium dá a comunicação:
- Boa noite, meu nome é Shirley, venho abraçar papai e mamãe.
- Quem é seu papai e sua mamãe?
- São aqueles dois – disse, apontando João e Maria.
- Seja bem vinda, Shirley, muita paz! Que tens a dizer?
- Quero agradecer a papai e mamãe todo o amor que me dedicaram durante a
gravidez. Sim, eu era aquele anencéfalo.
- Mas você está linda, agora.
- Graças as energias de amor recebidas, graças ao Evangelho no Lar, que banharam
meu corpo espiritual durante todo aquele tempo.
- Como se operou a mudança?
- Tive permissão para esta mensagem pelo alcance que a mesma poderá ter a outras
pessoas. Eu possuía meu corpo espiritual muito doente, deformado pelo meu
passado cheio de equívocos. Fui, durante nove meses, envolvida em luz. Uma
verdadeira cromoterapia mental que gradativamente passou a modificar meu corpo
astral (perispírito). Os diálogos que meus pais tiveram comigo foram uma intensa
educação pré-natal que muito contribuíram para meu tratamento. Eu expiei, no
verdadeiro sentido da palavra. Expiar é como expirar, colocar para fora o que
não é bom. Eu drenei as minhas deformidades perispirituais para meu corpo físico
e fui me libertando das minhas deformidades. Como meus pais foram generosos. Meu
amor por eles será eterno.
- Por que estás na forma de uma criança, já que te expressas tão
inteligentemente?
- Porque estou em preparo para o retorno. Dizem meus instrutores que tenho
permissão para informar. Meus pais têm o merecimento de saber. Devo renascer
como filha deles, normal, talvez no próximo ano.
Após dois anos, renasceu Shirley, que hoje é uma linda menina de olhos verdes e
cabelos castanhos, espírito suave e encantador.
Consideramos respondida a questão: deve-se abortar um anencéfalo?
Momento Espírita