Na Véspera da Necessidade

Diante de algo bom a realizar, não hesites.

Faze-o logo.

Não cultives indecisão, em se tratando de concretizar o melhor. Se o homem titubeia, receando edificar o bem que a vida lhe pede, a morte não vacila no horário a que deve atender.

Chegou o momento da visita a alguém que sofre? Vai. Não argumentes contigo contra a resolução.

Sentes-te decidido a doar determinado recurso, em favor dos outros? Dá imediatamente. Segue a boa intenção.

Sê confiante. Ousa construir a fraternidade.

Não albergues a irresolução em problemas que se refiram a servir.

No que tange a obrigações nobilitantes, o maior prejuízo da dúvida é a perda de tempo, de vez que as leis do destino não nos desculpam a falta, na execução dos deveres que não admitem demora.

Pagaremos pela omissão.

Decide-te, conjugando pensamento e forma, projeto e construção, para que o sonho se faça realidade. Amanhã, os horizontes são outros, os caminhos talvez mais ásperos, as companhias imprevisíveis .

Não te justifiques, fantasiando a tibieza de precaução. Em todas as épocas da Humanidade, a preguiça e a astúcia têm vestido a túnica da prudência para largar os infelizes. Acolhe o dever de ânimo forte. Lança o primeiro passo no serviço, e depois, se perseveras, o próprio serviço incumbir-se-á de traçar-te orientação na continuidade da obra que te abrilhantará a estrada.

O desânimo geralmente nasce na alma; talvez num caso entre mil, será justo responsabilizar o corpo enfermo pela eclosão desse corrosivo mental.

Não aguardes no sofá ou no leito a solução que nunca vem por não te dispores à alegria de auxiliar; resolve agora, ajuda na véspera da necessidade. Quando a ideia edificante brota no cérebro é que a inspiração da Espiritualidade Superior te visita.

Perante o Evangelho, não há situações dilemáticas. «Quem não é por mim, é contra mim»; «seja o teu falar sim, sim, não, não» — ensinou-nos o Cristo de Deus. Hesitar em questões de fraternidade, é estagnar-se, paralisando as mais elevadas funções da vida, por isso, frente à caridade, todo impasse é atraso na evolução.

Muita gente afirma temer compromisso na concretização da felicidade do próximo, no entanto pensará de outro modo se observar que a Divina Sabedoria não pede ao capim que produza laranjas, nem acalenta rosas em tratos de areia.

Sigamos pela trilha da decisão. Ninguém é chamado ao serviço que não possa fazer.


Barros Fournier