Fatias
Vigia teu próprio exemplo
Na obra cristã de fato.
Toda fonte de água pura
Faz lobo sair do mato.
Guarda humildade e modéstia
Sem blasonar poderio.
Alta cabeça orgulhosa
- Coração triste e vazio.
Foge a todo pessimismo
Sorrindo ao pior encargo.
Para o gosto corrompido,
O próprio mel surge amargo.
Quanto possível evita
Cair nas teias do engano.
Pela amostra apresentada
Reconhecemos o pano.
Observa o prato cheio,
A refeição tem limite.
Onde governa a razão
Há metragem no apetite.
Não menosprezes ninguém,
Sê liberal na atenção.
Leve fósforo inflamado
Faz arder o quarteirão.
Atende cada problema
De espírito vigilante.
Ninguém consegue assoprar
E sorver no mesmo instante.
Quem critica e fala muito,
De amor e paz morre à mingua
Conserva, na própria boca,
A prisão da própria língua.
Casimiro Cunha