Glória ao Bem

Embora a angústia que te rasga o peito,
Lacerando-te o ser, exausto e aflito,
Chagado crente de celeste rito,
Vive o culto do Amor, puro e perfeito.

Atormentado, exânime, proscrito,
Sob as flagelações do trilho estreito,
Ergue a flama sublime do Direito,
Alçado a fronte à glória do Infinito!...

Sacrifica-te e sofre, mas não temas.
Vence a aflição das últimas algemas,
Rompendo a ganga dos terrestres lastros!

E, ave fugindo aos cárceres medonhos,
Remontarás, além dos próprios sonhos,
No roteiro mirífico dos astros.


Cruz e Souza