Lei do Progresso
Dentre as Leis morais que regem a Vida destaca-se, como de relevância, a Lei
do progresso.
Tudo evolui desde o estado de natureza, que é o primitivo, passando por inúmeras
etapas que constituem a marcha do processo fatalista para a perfeição.
O átomo primitivo de hoje será o anjo de amanhã, assim como o anjo atual já foi
átomo antes, responderam a Allan Kardec os Espíritos Guias da Humanidade, quando
interrogados a respeito da questão.
Nada está fadado à estagnação ou involução, permanecendo o impositivo de
desenvolver a chispa divina que existe em tudo.
No que diz respeito ao ser humano, essa evolução ocorre mediante a reencarnação
através da qual sempre se adquirem, aprimoram tendências e faculdades inatas.
Observando-se a atualidade e comparando-a com outro qualquer período histórico,
é muito fácil detectar-se as transformações por que passaram a sociedade
terrestre assim como o próprio planeta, sob diversos aspectos.
Nada obstante, constata-se que o progresso intelectual tem sido mais relevante e
objetivo do que o de natureza moral.
As inesgotáveis conquistas da ciência e da tecnologia transformaram tudo na face
do Orbe, enquanto as de natureza moral, se bem que lograram um grande avanço,
não se libertaram de inumeráveis transtornos e estados de primarismo.
Notam-se em todo lugar as glórias da inteligência e as das misérias do
sentimento, da opulência e da escassez, da grandeza do holocausto por amor e dos
ódios sistematizados por indivíduos cruéis e seus regimes abomináveis.
Ao lado de filosofias abençoadas a respeito da existência, dos valores,
significados, demais quesitos humanos e animais, comportamentos e avanços
significativos nas legislações em favor da dignidade e do bem, vive-se um
momento de degradação moral do mais variado porte, enquanto leis vergonhosas
tentam continuar dominando a situação de atraso da Humanidade e do indivíduo.
O ser humano é um animal religioso, e a crença espiritual constitui-lhe um
abrigo, uma inspiração, um estímulo para suportar e vencer as vicissitudes que
têm sofrido combate absurdo do materialismo, das doutrinas cínicas e
equivalentes, promovendo a degradação dos sentimentos nos mais miseráveis níveis
das paixões primevas.
Nada obstante, o fatalismo do progresso ressurge em sua natureza ética e moral
em mulheres e homens admiráveis que se convertem em apóstolos do amor, da
caridade e da honradez.
Nesse paradoxo que são a incomparável tecnologia com a sua inteligência
artificial e o poema vivo da fé religiosa, surge o esforço para corrigir os
desvios de qualquer natureza, para restaurar os elevados critérios espirituais
da vida e a vivência da paz e dos seus fundamentos que produzem a harmonia dos
seres e do planeta.
Divaldo Franco