Equilíbrio

Embora as conquistas inquestionáveis da ciência e da tecnologia atuais proporcionando ao ser humano valiosos contributos que deslumbram, o indivíduo em si mesmo e a sociedade em geral debatem-se em conflitos aterradores e problemas de grande complexidade.

Podemos afirmar que os avanços intelectivos tornaram a existência na Terra muito mais digna de ser vivida com excelentes resultados na área da saúde, do relacionamento, do cooperativismo, da comunicação, da higiene... Nada obstante, as estatísticas a respeito do desrespeito às leis, da criminalidade em geral, dos abusos do poder, das desonestidades, da conduta moral demonstram que não foram iguais os resultados àqueles que a tecnologia nos proporciona.

Os valores éticos são desrespeitados a todo momento, e uma vaga de ultraje moral domina os quadrantes do planeta, apontando males perversos que se vêm instalando com segurança e aumentando os índices de alucinação e de desencanto em relação à existência.

A liberação do indivíduo que consegue o direito de fazer tudo que lhe apraz, sem a menor consideração pelo seu próximo, vem transformando cidadãos em desordeiros, pessoas em objeto de uso fácil e abandono rápido.

Nestes dias, quando todos necessitamos de muito equilíbrio moral e emocional, somente se fala em agressividade e violência, sexo desvairado, drogadição abusiva, justificação para a prática de aberrações de vária ordem num avanço gigantesco, ameaçando a cultura e a liberdade, já que se está atingindo a libertinagem como fenômeno histórico natural.

Permitir-se comportamentos esdrúxulos, vulgares e propagá-los tornou-se uma virtude moderna fascinante a que se devem entregar todos, em busca do prazer e do poder.

Desconsideram-se e são divulgados com brilhantismo doentio o desaparecimento da dignidade e da conduta saudável, favorecendo o domínio de doenças difíceis de cura, em razão da entrega do indivíduo ao fanatismo do gozo, mesmo que destrutivo.

Pede-se, no entanto, mais licença para crimes chocantes tornados legais, como se já não bastassem os que se fizeram quase normais, em razão da sua prática sem qualquer pudor e de maneira agressiva...

Nunca precisamos tanto de equilíbrio como nestes dias.

A turbulência de condutas estranhas e danosas toma todo o espaço mental do ser humano, e ordem, fé religiosa, conduta compatível com as bases da civilização desde os seus primórdios são rechaçadas, levadas ao ridículo.

É urgente a tomada de atitudes saudáveis e corajosas para dignificar a sociedade.

Cabe-nos, aqueles que ainda não nos contaminamos, a tarefa de advertir e subverter a desordem, retornando aos deveres cristãos, como de outras religiões que objetivam tornar o ser humano feliz.


Divaldo Franco