Espera Ainda

Estende-se, lá fora, a noite fria...
Cai o forte aguaceiro em triste acento.
E enquanto o temporal ruge, violento,
Há soluços de dor na ventania...

Sofrem ninhos que a treva horrenda espia,
Correm detritos pelo chão barrento...
Nuvens bramindo estranho sofrimento
Vertem raios de angústia e de agonia.

Mas, enquanto lá fora a tempestade
Gera, ululando, o medo que te invade,
Ora, confia, crê e espera ainda!...

Amanhã, belo e claro, o sol ridente
Fulgirá no teu campo, novamente,
E a luz celeste brilhará mais linda.


Vallado Rosas