Filhos e Servos

“Ora, o servo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 8, versículo 35.)

Na sua exemplificação, ensinou-nos Jesus como alcançar o título de filiação a Deus.

O trabalho ativo e incessante, o desprendimento dos interesses inferiores do mundo, a perfeita submissão aos desígnios divinos, constituíram traços fundamentais de suas lições na Terra.

Muitos homens, notáveis pela bondade, pelo caráter adamantino, sacerdotes dignos e crentes sinceros, poderão ser dedicados servos do Altíssimo. Mas o Cristo induziu-nos a ser mais alguma coisa. Convidou-nos a ser filhos, esclarecendo que esses ficam “para sempre na casa”.

E os servos? esses, muita vez, experimentam modificações. Nem sempre permanecerão, ao lado do Pai.

Mas, não é a Terra igualmente uma dependência, ainda que humilde, da casa de Deus? Aí palpita a essência da lição.

O Mestre aludiu aos servos como pessoas suscetíveis de vários interesses próprios. Os filhos, todavia, possuem interesses em comum com o Pai. Os primeiros, servindo a Deus e a si mesmos, porque como servidores aguardam remuneração, podem sofrer ansiedades, aflições, delírios e dores ásperas. Os filhos, porém, estão sempre “na casa”, isto é, permanecerão em paz, superiores às circunstâncias mais duras, porqüanto reconhecem, acima de tudo, que pertencem a Deus.


Emmanuel