Docilidade
A proposta insuperável é que nos amemos uns aos outros.
A infeliz cultura moderna estabelece, no entanto, que nos armemos uns contra os
outros.
A sociedade contemporânea conquistou níveis intelectuais e tecnológicos
surpreendentes, demonstrando o poder da inteligência e da investigação, mas não
logrou correspondentes patamares na área do sentimento e dos valores morais.
Superou obstáculos quase impossíveis de serem removidos, sem que haja
conquistado o controle das paixões emocionais inferiores, que trabalham em favor
da exaltação do gozo a qualquer preço, como se a existência tivesse a única
finalidade do prazer exaustivo.
Tem apresentado filosofias magistrais umas e aberrantes outras, optando, na sua
quase generalidade, por aquelas que a mantém prisioneira dos tormentos íntimos e
dos transtornos psicológicos.
Aqueles que oferecem harmonia interior e comunhão afetiva vêm sendo abandonados,
por parecer pobreza de caráter e medo da realidade posta a serviço da usurpação
dos relevantes significados éticos essenciais à vida em família, em grupos
harmônicos de convivência.
Essas manifestações terroristas de cada qual fazer o que lhe aprouver demonstra
o baixo nível de aspirações e emoções pessoais.
Saímos da barbárie grupal, ancestral, na qual o valor da vida se encontrava na
brutalidade, na ausência de beleza estética e higiênica, que proporciona saúde e
bem-estar.
Descambamos nas expressões grosseiras do comportamento, nos rudes combates da
competição desalmada e da vitória mentirosa da fama, para logo depois
sucumbirmos nas faixas sombrias da loucura, da miséria moral e espiritual em que
nos consumimos.
Transformamos o amor num tóxico poderoso de vícios e dependências degradantes,
deixando-nos alucinados e perversos.
Por consequência, o homem e a mulher modernos estão asfixiados na escuridão do
sofrimento por eles mesmos buscado, sem esperança próxima de ventura e alegria.
Fazendo-se uma análise sincera das gerações passadas, seus erros e suas glórias,
constatamos que ainda é tempo de encontrarmos a felicidade, atingindo os
objetivos essenciais da vida.
Ei-los insertos em o Sermão das Bem-aventuranças, conforme Jesus nos ofereceu:
pobres em espírito, simples e puros de coração, humildes e dóceis, amorosos e
gentis...
Substitui num momento a agressividade pela bondade, a violência pela gentileza,
o ódio pela ternura, a mágoa pelo perdão e verás quanto estás perdendo de
plenitude em tua sementeira de espinhos na atualidade.
Recorda que o amor é fonte inexaurível de bênçãos e com ele, bem como através
dele, conseguirás viver em plenitude.
Amando, não terás conflito de consciência, porque o amor é a alma da vida.
Divaldo Franco