Ascensão
Segue sem repousar, gemendo embora,
Sob a nuvem do fel que se agiganta;
Nossa dor é a subida áspera e santa,
Em que a Mão do Senhor nos aprimora.
Serve no espinheiral... Padece e chora...
Mas entesoura a fé que vibra e canta.
Em pleno charco, o lírio se levanta
E, além da escuridão, renasce a aurora.
Agradece a aflição que te sepulta
Nas ansiedades da batalha oculta,
Em que o gládio de pranto te domina...
Bendize a sarça que te dilacera
E encontrarás a Eterna Primavera
No Lar Celeste da União Divina.
Vallado Rosa