Paisagem Mental
Inscrevem-se em todas as mentes, pensamentos, palavras e atos.
As paisagens mentais de cada ser humano resultam das suas reflexões, assim como
dos seus interesses. Tudo aquilo que o atrai, impregna a mente, passando a fazer
parte do seu patrimônio, que será utilizado oportunamente, quando as
circunstâncias assim o impuserem.
A vida mental é, pois, o somatório das construções psíquicas que permanecem
dando lugar às realizações e atividades do ser no seu processo de evolução. Em
consequência, cada ser reside no local psíquico onde deposita as suas ideias.
São elas o natural resultado dos hábitos mantidos durante a vilegiatura
orgânica.
Todo pensamento que passa pelos registros mentais deixa traços de alto
significado que, pela sucessão da ocorrência, transforma-se em cultivo para a
reprodução oportuna, pelo automatismo dos equipamentos eletrônicos que
constituem os chips de registro de tudo que ocorre. Portanto, tal vida conforme
os ajustamentos mentais.
Jesus afirmou com muita beleza: Onde estiver o vosso tesouro aí estará também o
vosso coração. (Mateus, 6:21)
Equivale dizer: onde estiverem as tuas ideias, estará a tua realidade, o ser que
és.
O Seu Evangelho, em sua proposta de terapia preventiva aos males da existência
física, oferece a ensementação operosa, gentil e produtora de frutos nutrientes.
Em todos os momentos suas páginas registam as ocorrências edificantes: mesmo
quando os primeiros registos apresentem algo de mau, a sua diretriz demonstrará
o resultado equivalente aos seus conteúdos.
Não estranhes, pois, o pessimismo, o pânico e a insegurança quando fores
defrontado com os testes do movimento da existência humana planificada para
vivência da plenitude naqueles indivíduos de mente desabituada a reflexões
positivas e a fixações primorosas, que serão as primeiras reações à
manifestações do dia a dia.
Expulse-se da mente o hábito do mau julgamento, em particular quando chamam a
atenção às más qualidades. Há razões que escapam ao observador apressado que
tomam cada pessoa específica ou especial.
Compreendamos que existe em todos os seres humanos a outra face, isto é, o outro
lado, talvez, sombrio, como num espelho.
A realidade é que ninguém se sente feliz por inspirar antipatia ou desagrado. E,
se por acaso demonstra que sim, está oculto um conflito perverso que desarticula
o seu possuidor.
Elege os melhores pensamentos, mesmo quando a situação for extremamente perigosa
e negativa.
Vive-se num Universo de leis inalteráveis que funcionam por automatismos
inflexíveis.
Se pensas bem, num momento mau, tornas o clima mental menos denso, portanto,
favorável a um resultado inesperado.
Esforça-te por ser gentil com todos, pois que a gentileza, como afirma o
brocardo popular, gera gentileza.
Conserva a ideia da vitória em circunstâncias aziagas, porque, mesmo quando o
resultado não é positivo, o aprendizado é de alto coturno.
O pântano ignora a podridão que exala.
O matagal não sabe os prejuízos que produz...
A peste ignora as vidas que arrebata.
Desse modo, drena as águas paradas e dá-lhes movimento, capina a erva má e
retira a mata que agasalha ofídios e aracnídeos perigosos e transforma o terreno
em formoso jardim.
Precata-te da pestilência e a saúde triunfará em teu organismo.
A vida é um convite intérmino à ação edificante.
Cuida do teu jardim mental.
As boas conversações são os maravilhosos instrumentos da edificação do Bem.
As palavras carregam as vibrações do tônus que as envolvem. Nem sempre é o som
do verbo, mas a emissão do seu conteúdo moral que tem significado.
Como não podes viver sem pensar, habitua-te a reflexionar nas belezas da vida: o
desabrochar de uma flor, o gotejar da água, o leve perfume da brisa que beija o
roseiral, as coisas simples da Natureza...
As questões complexas exigem mentes que sabem elaborar esquemas e equacionar
enigmas.
Sê simples e acaricia tudo que é delicado e desconsiderado.
Sorri ante um amanhecer irizado da luz do Sul ou o poente em fogo do entardecer.
Olha a vegetação numa greta de pedra onde caiu um pólen, manifestando o poder da
vida.
Detém-te e examina um grão de areia que reflete a luz, um pirilampo que brilha
no escuro, e descobrirás a maravilha da vida em mil manifestações surpreendentes
que fascinam.
Pensa em Deus, analisando a Sua obra e deslumbrando-te com um colibri no ar ou
uma borboleta leve e também flutuante, bailando ao vento brando, ou uma
laboriosa abelha, produzindo mel e fecundando a Natureza sem o saber.
Considera que a tua mente é um jardim portador de belezas inimagináveis.
Seleciona o que nele irás plantar, com a certeza, porém, de que colherás
conforme a semente que lhe entregares aos cuidados.
Jesus foi peremptório, afirmando que: (...) A cada um segundo as suas obras.
(Mateus, 16:27)
Normalmente o momento da desencarnação libera a memória que evoca toda a
existência, especialmente aquilo que mais se fixou na mente através da
repetição.
Essas fixações são os pensamentos comezinhos, constantes, viciosos.
Desse modo, vive de maneira que, ao desencarnar, a tua memória te abençoe com o
jardim de pensamentos elevados, a fim de poderes seguir feliz desde esse
momento.
Joanna de Ângelis