Pequenos Grandes Médiuns

Ele nasceu em 1927 e teve seu primeiro contato com os Espíritos aos quatro anos: uma mulher apareceu na sala da casa e disse que queria falar com sua mãe, Ana.

Quando a mãe atendeu ao seu chamado, não viu ninguém. O menino contou que a visita se identificou como Maria Senhorinha. Era o nome da mãe de Ana, que ela jamais havia revelado a ele. Divaldo Franco a descreveu em detalhes.

Ao longo da infância, teve duas companhias. Uma era o indiozinho Jaguaraçu, com quem sempre brincava. A família estranhava, mas aceitava.

Quando Divaldo completou doze anos, Jaguaraçu se despediu: iria reencarnar.

Foi então que Divaldo percebeu que se tratava de um Espírito. A amizade continuou. Anos depois, o médium o reencontrou, reencarnado.

A outra presença constante, que Divaldo chamava de Máscara de ferro, surgiu quando tinha oito anos. Era um Espírito obsessor, um inimigo do passado, que dizia odiá-lo e que desejava matá-lo.

O garoto rezava e pedia proteção a Deus. O Espírito só se acalmou após trinta anos, quando Divaldo, adulto, acolheu um bebê abandonado, que Máscara de ferro reconheceu como a reencarnação de sua mãe.

Aos dezessete anos, Divaldo perdeu o movimento das pernas, após a morte de José, um de seus irmãos mais queridos.

Os médicos não sabiam como curá-lo. Seis meses depois, uma senhora médium, apresentada por sua prima, resolveu a questão: o Espírito José estava agarrado às pernas de Divaldo. Alguns passes foram suficientes para que ele voltasse a andar.

O rapaz só compreendeu que havia recebido a missão de ser um elo de comunicação com os Espíritos, mais tarde.

Ele se dedicou ao estudo e à divulgação do Espiritismo. Com mais de noventa anos de idade, é considerado um dos maiores médiuns do mundo, tendo publicado duzentos e cinquenta livros, de vários autores espirituais.

A mediunidade na infância é mais comum do que se possa imaginar.

Há algum inconveniente nisso? - Pergunta o Codificador da Doutrina Espírita, em O livro dos médiuns.

Não. Quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso.

Toda mediunidade precisa ser colocada a serviço do bem. Para isso faz-se necessária a devida preparação.

Assim, quando percebermos tal faculdade nos nossos filhos, importante esclarecê-los, mostrar que não se trata de nada sobrenatural, pois os chamados dois mundos estão em constante intercâmbio.

Alguns desses nossos pequenos podem estar sendo preparados para grandes tarefas no mundo, assim como foi Divaldo Franco que, através de sua bendita mediunidade, leva a mensagem do amor para todos os cantos do mundo.

Mediunidade não é brincadeira. Mediunidade não é magia. É uma faculdade natural que desperta para ser utilizada em nome do amor e da caridade.

Cuidemos, assim, de nossos pequenos grandes médiuns.


Momento Espírita