Descobertas e Transformações
Nada criamos. Tudo descobrimos ou transformamos. Aprendemos a descobrir as
leis da natureza, extraímos a madeira das árvores, descobrimos os alimentos nas
plantas e nos animais. Gradativamente fomos desenvolvendo a inteligência,
produzindo ferramentas, equipamentos, utensílios e materiais que nos atendessem
as exigências ou necessidades de conforto, proteção, locomoção, etc., Com isso,
transformando os elementos naturais disponíveis ou gradativamente descobertos –
principalmente pela observação, pela pesquisa ou pela mera exploração – chegamos
ao atual estágio de uso de tudo que produzimos, transformando os elementos
naturais que fomos descobrindo, entendendo seu mecanismo ou disciplinando seu
uso.
Atualmente desfrutamos de alta tecnologia, que está sempre se multiplicando em
novos benefícios para todas as áreas. Isso é muito bom e resultado natural da
inteligência humana. O idealizador original, Deus, colocou as leis naturais a
nosso serviço, em nosso favor, e estimulou que fossemos aos poucos descobrindo
seus fabulosos recursos.
Com isso alcançamos a anestesia, o avião, o ar condicionado, a luz elétrica,
canalizamos a água e o esgoto, aprimoramos a indústria, usamos a criatividade no
comércio, nos especializamos em diferentes áreas, investimos na medicina e na
odontologia, e criamos inúmeros confortos que hoje facilitam a vida e seus
desdobramentos. Tudo fruto da inteligência. E o universo virtual abriu nova era
na comunicação, na transmissão de dados e em tantos outros meios já disponíveis.
O que virá nas próximas décadas. Não sabemos. Mas muito ainda virá, valorizando
a oportunidade de viver, conviver, aprender.
E é exatamente neste conviver que está o outro grande desafio dessas descobertas
e transformações. Eis que no conviver nos relacionamos uns com os outros, onde
as diferenças de todos os tipos se encontram. É aí que surge a descoberta e a
transformação moral.
A consolidação moral solicita a honestidade, o respeito, a solidariedade, a
retidão, o trabalho no bem, a gratidão, a fraternidade. E como ainda não
descobrimos efetivamente isso – apesar da informação já disponível – vivemos na
patinação dos conflitos de maior ou menor gravidade. Conosco mesmo nos
desequilíbrios próprios, com aqueles que pensam diferente – gerando desprezo,
disputa, maledicência, violência, desrespeito – ou até mesmo com a vida como se
apresenta, onde temos a opção de escolha entre a revolta e a resignação, a fé ou
o desespero, a violência ou a pacificação, a solidariedade ou a indiferença e a
omissão, o trabalho e a acomodação, o egoísmo e o altruísmo.
Notemos! Todos valores morais. Degradantes ou elevados, enfermiços ou saudáveis.
Lutemos agora para descoberta dos benefícios morais – pois ainda estagiamos na
mediocridade moral, apesar do avanço material – para que efetivamente nos
transformemos para melhor. A vida fluirá em paz e alegria. Falta-nos esse
comprometimento com o bem geral.
Orson Carrara