O Círculo de Oração
Noite de 11 de agosto de 1955.
Em finalizando as nossas tarefas no socorro aos sofredores desencarnados,
comparece o irmão José Xavier que nos recomenda fraternalmente:
- Solicitamos dos companheiros alguns momentos de acurada meditação para
articularmos com mais segurança o “tono vibratório” de nossa reunião, porque,
hoje, um novo amigo, o Professor Labouriau, ocupará o canal mediúnico, a fim de
expressar-se quanto ao valor de um círculo de oração.
Com efeito, daí a instantes transfigura-se o médium.
A entidade comunicante senhoreira-lhe todas as forças. Levanta-se. Fala-nos à
maneira de um preceptor interessado na educação dos aprendizes. E transmite-nos
o fulgurante estudo que oferecemos neste capítulo.
Comentemos a importância de um círculo de oração nos serviços de assistência
medianímica, como um aparelho acelerador de metamorfose espiritual.
Imaginemo-lo assim como um ciclotron da ciência atomística dos tempos modernos.
Os companheiros do grupo funcionam como eletroímãs, carregados de força
magnética positiva, e negativa, constituindo uma corrente alternada de alta
freqüência, através da qual o socorro do Plano Superior, transmitido por
intermédio do dirigente físico, exterioriza-se como sendo um projétil de luz
sobre o desencarnado em sombra que, simbolizando o núcleo atômico a ser
atingido, permanece justaposto ao alvo mediúnico.
No bombardeio nuclear, sabemos que um próton, arremessado sobre o objetivo,
imprime-lhe transformação compulsória à estrutura essencial.
Um átomo elevar-se-á na escala do sistema periódico, na medida das cargas dos
corpúsculos que lhe forem agregados.
Assim sendo, a projeção de um próton sobre certa unidade química determina a
subida de um ponto em sua posição na série estequiogenética.
A carga do único próton do núcleo do átomo de Hidrogênio, de número atômico 1,
arrojada sobre o Lítio, cujo número atômico é 3, modificá-lo-á para Berílio, que
tem número atômico 4; ou, sobre o Alumínio, de número atômico 13, alterá-lo-á
para Silício, cujo número atômico é 14.
Nesse mesmo critério, a injeção de um núcleo de átomo de Hélio com seus dois
prótons, de número atômico 2, sobre Berílio, de número atômico 4,
adicionar-lhe-á dois pontos acima, convertendo-o em Carbono, cujo número atômico
é 6.
Recorremos a figurações elementares do mundo químico para dizer que no círculo
de oração o impacto das energias emitidas de nosso plano, através do orientador
encarnado, em base de radiações por enquanto inacessíveis à perquirição
terrestre, provoca sensíveis alterações na mente perturbada, conduzida à
assistência cristianizadora.
Consciências estagnadas nas trevas da ignorância ou da insânia perversa, são
trazidas à retorta mediúnica para receberem o bombardeio controlado de forças e
idéias transformadoras que lhes renovam o campo íntimo, e, daí, nasce a guerra
franca e sem quartel, declarada a todos os grupos respeitáveis do Espiritismo
pelas Inteligências que influenciam na sombra e que fazem do vampirismo a sua
razão de ser.
Todos vós, que recolhestes do Senhor os mandatos do esclarecimento, os recursos
da mediunidade e os títulos da cooperação, no trato com os reinos do Espírito,
sabei que para conservardes um círculo de oração, equilibrado e seguro, é
imprescindível pagar os mais altos tributos de sacrifício, porque, em verdade,
retendes convosco poderosa máquina de transmutação espiritual, restaurando almas
enfermas e transviadas em núcleo de ação eficiente, que vale por reduto precioso
de operações da Esfera divina, no amparo às necessidades e problemas da Terra.
Unamo-nos, assim, no trabalho do Cristo, como obreiros da Grande Fraternidade,
mantendo-nos diligentes e alertas, na batalha incessante do bem contra o mal em
que devemos servir para a vitória da Luz.
F. Labouriau