Como Perdoar
Na maioria dos casos, o impositivo do perdão surge entre nós e os
companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confiança se nos
azeda no coração.
Isso acontece porque, geralmente, as mágoas mais profundas repontam entre os
Espíritos vinculados uns aos outros na esteira da convivência.
Quando nossas relações adoeçam, no intercâmbio com determinados amigos que,
segundo a nossa opinião pessoal, se transfiguram em nossos
opositores,perguntemo-nos com sinceridade:
“como perdoar, se perdoar não se resume à questão de lábios e sim a problema que
afeta os mais íntimos mecanismos do sentimento?”
Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto
pertencem a Deus e não a nós; que também temos erros a corrigir e reajustes em
andamento; que não é justo retê-las em nossos pontos de vista, quando estão,
qual nos acontece, sob os desígnios da Divina Sabedoria que mais convém a cada
um, nas trilhas do burilamento e do progresso. Em seguida, recordemos as bênçãos
de que semelhantes criaturas nos terão enriquecido no passado e conservemo-las
em nosso culto de gratidão, conforme a vida nos preceitua.
Lembremo-nos também de que Deus já lhes terá concedido novas oportunidades de
ação e elevação em outros setores de serviço e que será desarrazoado de nossa
parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o
próprio Deus não lhes sonega Amor e Confiança.
Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversários
como autênticos irmãos teus, - tão necessitados do Amparo Divino quanto nós
mesmos, penetrarás a verdadeira significação das palavras de Cristo: “Pai,
perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”,
reconciliando-te com a vida e com a tua própria alma.
Então, saberás oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu
encontrará Deus contigo e te dirá com a mais pura alegria no coração: “bendito
sejas...”.
Emmanuel