Ternura Filial

Mãezinha Babi, Estou aqui.

É verdade.

Saí de seu carinho pelas mãos de meu pai, embalado na prece da avezinha inesquecível.

Era uma sexta-feira? Penso que sim.

A princípio, assustei-me.

O coração parara como ave na gaiola inexplicavelmente espancada, a fim de libertar-me.

Mas depois acordei, e a manhã era linda!

A floresta sonhada surgira ante os meus olhos!

Céus muito azuis cobriam a terra verde, matizada de flores.

Fontes cantavam quase naquele tom em que a sua ternura cantava para mim cantigas de ninar!

Brisas passavam sussurrando segredos, como se me falassem de assuntos misteriosos entre a Terra e o Céu.

Pássaros nas ramadas pareceram-me luzes que a música do amor inflamasse de paz.

E vi crianças, mãezinha, iguais àquelas outras do mundo que o seu carinho me ensinou a buscar, para serem - por fim -, os meus irmãos com os meus outros irmãos na alegria do lar.

Ah! com que ânsia indizível rememorei seu colo para beijar de novo a sua alma querida e dizer-lhe as mil cousas que me vinham à mente; entretanto, mãezinha Babi, a voz não tem palavras para manifestar-se.

Não sei contar ainda tudo quanto quisera, mas venho até seu passo, a fim de repetir-lhe:

Mamãe, fique tranqüila. Seu filho vai bem. Só saudade ele sente.

A saudade sem fim de que lhe nasce a prece, para que eu tenha agora o amor e a paz da vida, da vida imperecível, em que já me encontro.

Para dizer-lhe, enfim, que o meu amor, mãezinha, meu amor por você é a minha doce luz e a minha doce bênção, para que, enfim, me eleve aos cumes de altos montes, a esperá-la feliz, sob
as bênçãos de Deus.

Muito carinho e, em tudo, a gratidão de sempre do filho que prossegue a reviver feliz na eterna confiança do seu eterno amor.


Clean