Parentes e Companheiros
Por mais nos queixemos de familiares ou amigos deficientes que nos causam
prejuízo ou decepção, amargura ou desalento, somos forçados a perceber que
possuímos neles os reflexos de nós próprios.
Quando afastados da experiência física, por força da desencarnação, encontramos,
além do mundo, os resultados de nossos erros, permeando-nos os acertos.
Raramente qualquer de nós encerra o balanço de uma existência terrestre com
todos os compromissos equacionados. Desse modo, somos recorporificados no berço
humano para retomar o curso dos problemas que desencadeamos no caminho dos
outros, a fim de resolvê-los.
Aceita os parentes-enigmas e os companheiros-testes, à feição dos credores com
que a Justiça Divina te promove o aperfeiçoamento e a tranqüilidade.
A perda do corpo físico não exonera o espírito imortal das obrigações que haja
contraído, tanto quanto o desgaste da veste não apaga a dívida de um homem,
dívida que ele assume em plenitude de responsabilidade individual.
A esposa ou a filha desajustadas, via de regra, são as irmãs que, um dia,
atiraste ao desrespeito de si próprias e o marido ou o filho que te retalham a
alma, a rigor, são aqueles mesmos companheiros que lançaste ao malogro das
esperanças mais caras.
A penúria de hoje é a conseqüência da cobiça de ontem.
A doença de agora vem do excesso de antes.
Renteando com qualquer pessoa que te faça sofrer, exerce paciência e
compreensão, auxílio e bondade.
Nós mesmos somos induzidos pela própria consciência, sequiosa de felicidade e
elevação, a extirpar os espinhos que semeamos no solo bendito do tempo e da
vida.
Todo débito tem sistema de resgate e todo resgate solicita execução na forma
prevista de pagamento.
Isso é justo.
Emmanuel