Momento Histórico da Transição para a Luz
Filhas e filhos do coração, abençoe-nos o Senhor proporcionando-nos a Sua
paz!
Lentamente as sombras da ignorância planetária cedem lugar às claridades
luminíferas que descem da Erraticidade Superior para apontar o rumo da
plenitude.
O Incomparável Mestre Galileu apresentou o futuro da Humanidade assinalado pelo
desequilíbrio da criatura que perderia a diretriz de segurança e, para
diminuir-lhe a dor, acenou-lhe com a chegada do Consolador.
Nem todos hão entendido o significado do Consolador que foi prometido e
confundem-no com o solucionador dos problemas humanos por eles próprios
conquistados.
A função do Espiritismo é libertar a consciência da sua sombra, o coração das
amarras emocionais negativas.
Não é pretensão dos Espíritos Nobres solucionar os problemas que dizem respeito
às criaturas da indumentária carnal. Iluminá-las interiormente para compreender
a causalidade de toda e qualquer ocorrência - eis a finalidade precípua da
Revelação Kardequiana.
Vive-se o momento histórico da transição para a luz e, abandonar-se a sombra
acolhedora e perturbadora ao mesmo tempo para a conquista da claridade do dia de
paz, é tarefa difícil e surgem as Parcas profetizando tragédias, abominações e
desgraças como se esse estágio se devesse caracterizar pelo desconforto e pela
aflição.
O objetivo essencial é espancar as trevas íntimas que predominam em a natureza
humana e vós tendes compreendido o papel que deveis exercer em nome da
fulgurante Mensagem de Jesus, esclarecida pelos pensamentos espíritas.
Sabeis que vos encontrais entre atormentados e sofredores, sofredores e
atormentados que, de alguma forma, somos quase todos nós.
É nosso dever precípuo apoiar-nos na paciência e na misericórdia, filhas diletas
da compaixão, para melhor atendermos o desespero que grassa e alentarmos com
esperança aqueles que ainda não conseguiram sair do desespero.
Amanhece novo dia de paz.
Já trabalhais em favor dos postulados maiores deixando de lado os interesses
egoicos da Casa, da pessoa, para vos preocupardes com a Causa, a comunidade.
Esse é o desejo de Jesus Cristo que não tergiversou em imolar-se por amor a
todos.
Permanecei fiéis servidores do Bem porque nunca vos faltarão o indispensável
concurso do Mundo Maior.
Buscai conectar-vos com as esferas da vida e recebereis as diretrizes traçadas
para o bom combate que deve iniciar-se no ádito do coração.
É certo que nessa batalha do homem velho, abrindo espaço para o ser novo,
provareis solidão, dificuldade, incompreensão e amargura. Mas, entre os dois
caminhos para o Reino de Deus, definidos na estrada larga da ilusão e na estrada
estreita da luta sacrificial, este último pode ser encontrado na Via Crucis que
Ele cruzou a sós e, na etapa final sob a ajuda daquele que foi posto a
socorrê-lO. E o outro é o caminho da Úmbria, em que, aquele ícone que
perseverava no amor compreendeu que era dando e dando-se que poderia abrir
espaço no coração para Jesus.
Meditemos juntos nessas duas estradas, a do Gólgota e a do Monte Subásio, e
procuremos viver como se fossem aqueles os dias de hoje, porquanto, de alguma
forma, são muito parecidos.
Na primeira etapa, Jesus veio quando Roma dominava a Terra conhecida. E Israel,
que esperava, no ginete feroz das batalhas, o grande conquistador Messias, não
poderia aceitar o Homem de Nazaré que cavalgava a Verdade para espalhá-la pela
Terra e, por isso, não O recebeu até hoje, esperando a glória terrestre fictícia
e de rápida, ligeira manifestação de prazer.
Tampouco aqueles primeiros servidores, que a tudo renunciaram para viverem
Jesus, experimentaram, ainda durante a vida do seráfico, a desunião, a presunção
humana, a ousadia de tentar modificar as regras da renúncia e do abandono do
prazer em favor da glória celestial.
Jesus, na cruz, adquiriu as asas para o Infinito e Francisco, também crucificado
com os estigmas, pôde colocar as asas da ternura e da compaixão para seguir o
seu Mestre.
Tende bom ânimo!
Não penseis que o Espiritismo veio solucionar aquilo que cada um de nós deve
cuidar de fazer, mas nos ajudou a solucionar sim, pelo conforto moral, pelas
palavras iluminativas, pelos conteúdos libertadores, tudo o que significa dor e
angústia, libertando-nos do magnetismo terrestre para fruir as infinitas glórias
da Imortalidade.
Já conheceis a Doutrina, já sentis o breve e agradável hálito do amanhecer da
Imortalidade.
Vivei de tal forma que estejais assinalados pelas cicatrizes dos testemunhos que
são as condecorações únicas pelas quais o cristão deve lutar por consegui-las.
Neste Encontro em que vos reunistes, cheios de dúvidas, dificuldades e
incertezas, concluis a etapa final com júbilos e claridades diamantinas, porque
o amor é a virtude sublime que, quanto mais se divide, mais se multiplica e
consegue cicatrizar todas as feridas do coração e acalmar todas as ansiedades da
alma.
Ide agora e vivei a Mensagem!
A vossa vida deve ser o espelho que reflita a glória do Sermão da Montanha,
passando rapidamente da cruz para atingir a madrugada primaveril da
Imortalidade, da ressurreição.
Deus vos abençoe, filhas e filhos do coração!
Que possamos estar juntos na lide a que nos comprometemos, abraçando-nos
fraternalmente como fazem aqueles que vos anteciparam na viagem de volta ao
grande Além e aqui chamamos Espíritos espíritas, fiéis à Codificação que ilumina
o Evangelho de Jesus.
Recebei o nosso carinho e sede felizes porque todo aquele que encontra Jesus
descobre o mais valioso tesouro para a vida.
Muita paz, minhas filhas, meus filhos! Que o Senhor permaneça conosco hoje e
sempre!
São os votos do amigo e servidor humílimo de sempre,
Bezerra de Menezes