Medo e Mediunidade
- Gosto das reuniões espíritas, contudo, tenho medo de comparecer...
- Sinto a mediunidade, mas temo...
- Creio racionalmente no Mundo dos Espíritos, entretanto, não posso nem pensar
seja possível que um espírito me apareça...
Se surgem comumente confissões quais essas, é preciso anotar que elas exprimem
apenas reduzido número daquelas criaturas que dizem com franqueza o que pensam.
Quantos médiuns se afastam em silêncio da ação edificante a que foram chamados e
só os Amigos da Espiritualidade lhes testemunham o medo inconfessável, a lhes
enrodilhar nos corações por visco entorpecente!
Sim! Um dos muitos tipos de medianeiros frustrados no intercâmbio espiritual e
que escapam até agora de toda classificação é o médium medroso.
As pessoas impressionáveis quase sempre revelam espontâneas suscetibilidades
incluindo naturalmente o medo por um dos agentes essenciais da sensibilização
mediúnica. Complexadas por algum fato ou conversa ouvida, leitura ou referência
que lhes vincaram a emotividade, alimentam terror pânico e difuso ante o
exercício das faculdades psíquicas, sem qualquer razão de ser.
Certifiquem-lhes de que o medo é uma espécie de braço invisível, frenando
inutilmente legiões de trabalhadores valorosos à margem do serviço. Fobia, -
muitas vezes derivada de atitudes infantis -, é necessário saibamos curá-la,
pela medicação do amor fraternal e do esclarecimento lógico, sem perder de vista
que a ocorrência mediúnica é manifestação de espírito para espírito igual aos
sucessos corriqueiros da vida terrestre.
Médium, se o medo é o teu problema individual, no que respeita à prática
medianímica, situa na construção da fé raciocinada a ,melhoria a que aspiras!
A coerência com os princípios que esposamos ensina-nos que a criatura de fé
verdadeira nada teme, senão a si própria, atenta que vive às fraquezas pessoais.
Em razão disso, é correto receares simplesmente a ti mesmo, em todos os
sentimentos que ainda não conseguiste disciplinar.
Se não te amedrontas face à condição de intérprete para a troca verbal entre
criaturas que versam idiomas diferentes por que temer a posição de instrumento
entre pessoas domiciliadas em esferas diferentes, carecidas da cooperação
mediúnica?
Por que motivo te assustares diante dos desencarnados, que são, na essência,
personalidades iguais a ti mesmo?
Espíritos benevolentes e esclarecidos são mentores preciosos que merecem apreço
e espíritos doentes ou infelizes não devem ser temidos, por necessitados de mais
amor.
Medo é inexperiência.
Corrige-te, através do labor mediúnico, raciocinado com o Evangelho Vivo e
perseverando na tarefa de fraternidade.
Na edificação doutrinária, onde se objetiva o intercâmbio puro com as Esferas
Superiores, todos os companheiros se esforçam na garantia dos bons pensamentos e
assistência espiritual se levanta de preces sinceras sendo, portanto, num templo
espírita, o local em que a pessoa humana cousa alguma deve temer, por encontrar
aí as fontes de seu próprio consolo e sustentação.
Não te admitas incapaz de dominar o medo perante as efusões do reino da alma.
Reage contra qualquer receio infundado, mantendo-te na tranqüilidade da
confiança, no desassombro da fé, na leitura edificante e na meditação
construtiva e, ao fazeres a tua parte na supressão de semelhante fantasma
íntimo, reconhecerás que os benfeitores da Vida Maior te farão descobrir na
lavra mediúnica o áureo caminho da verdade e o portal sublime do amor.
André Luiz