Anjo de Redenção
Do Céu desceste resplendente e puro
E no santo mistério em que te apagas
Vestiste-me o burel de sânie e chagas
E algemaste-me a lenho estranho e duro.
Nume solar pairando no monturo,
Terno, escondendo as flores com que afagas,
Ouviste-me, em silêncio, o choro e as pragas,
Doce e invisível no caminho escuro!...
Mas, da cruz de feridas que me deste,
Libertaste meu ser à Luz Celeste,
Onde, sublime e fúlgido, flamejas!
E agora brado, enfim, de alma robusta:
– Deus te abençoe, ó Dor piedosa e justa,
Anjo da redenção! bendito sejas!...
Jésus Gonçalves