O Próximo e Nós
Esperas ansiosamente encontrar o Senhor e um dia chegarás à Divina Presença;
entretanto, antes de tudo, a vida te encaminha à presença do próximo, porque o
próximo é sempre o degrau da bendita aproximação.
Mas quem é o meu próximo? - perguntarás decerto, qual ocorreu ao Doutor da Lei
nas luzes da parábola.
Todavia, convém saber que, além do próximo mais próximo a quem nomeias como
sendo o coração materno, o pai querido, o filho de nossa bênção, o irmão
estimável e o amigo íntimo, no clima doméstico, o próximo é igualmente o homem
que nunca vista, tanto aquele que te fixa indiferente em qualquer canto da rua.
É a criança que passa, o chefe que te exige trabalho, o subordinado que te
obedece, o sócio de ideal, o mendigo que te fala a distância...
É a pessoa que te impõe um problema, verificando-te a capacidade de auxílio; é
quem te calunia, medindo-te a tolerância; quem te oferece alegria, anotando-te o
equilíbrio; é a criatura que te induz à tentação, testando-te a resistência... É
o companheiro que te solicita concurso fraterno, tanto quanto o inimigo que se
sente incapaz de pedir-te o mais ligeiro favor.
Às vezes tem um nome familiar que te soa docemente aos ouvidos; de outras, é
categorizado por ti à conta de adversário, que não te aprova o modo de ser. Em
suma, o próximo é sempre o inspetor da vida que nos examina a posição da alma
nos assuntos da Vida Eterna. Entre ele e nós se destacam sempre a necessidade e
a oportunidade a que se referia Jesus na parábola inesquecível.
Isto porque o Bom Samaritano foi efetivamente o socorro para o irmão caído na
estrada de Jerusalém para Jericó, mas o irmão tombado no caminho de Jerusalém
para Jericó foi para o Bom Samaritano, o ponto de apoio para mais um degrau de
avanço, no caminho para o encontro com Deus.
Emmanuel