O Bem de Tua Vida
Se ninguém morre, não pense em morrer.
Se ninguém morre, não pense em matar.
Espere a desencarnação chegar,
Porque num dia isso irá acontecer.
A morte é o outro lado da moeda
Da existência terrena de verdade.
Mas, se se mostra, a dor a vida invade,
Perturba o sentimento e a razão veda.
Em torno da morte há tanto sofrer,
Agual de lágrimas que não se estanca.
E uma aguda saudade nos espanca
Sem nada que nos possa refazer.
Se ninguém morre, por que há tanta dor,
Quando chega o momento de voltar
Aos proscênios do verdadeiro lar,
Também guardado em Deus e Seu amor?
Com todo entendimento que possuimos
Sobre a vida que pulsa além da cova,
Entendemos que a vida se renova
E para a evolução todos seguimos.
Deve-se compreender tanta tormenta
De quem do mundo-além não tem ciência,
Dos que vivem na Terra a vã cadência
Da matéria que a morte só incrementa.
Mas, pra quem em Jesus guarda esperança,
Pra quem sabe que Deus não joga dados,
Morte é como os roteiros caminhados,
É a real liberdade que se alcança.
Ante os olhos de Deus há sempre vida,
Pois a morte é a mais tola ilusão,
A se converter em devastação
Se há culpa introjetada, reprimida.
Que ninguém pense em morrer ou matar,
Antes que o Criador decrete o termo
Do viver, por mais duro, por mais ermo,
Pra não sofrer mais, pra não se frustrar.
Vive o bem sem cansaço mundo afora.
Leva as bênçãos do Pai em tua estrada,.
Faz mais luz sobre a tua caminhada,
Bendizendo o coração que estertora.
O que se faz da vida é o que levamos,
Não valorizes azar, sina, sorte;
Vive aberto ao Senhor, rumo ao Seu norte,
Pois assim é que o mundo levantamos.
Vive alegre, apesar de tua luta,
Busca sempre espalhar o bem à volta.
O amor que dês ser-te-á bendita escolta,
Testemunhando o valor da labuta.
Dê mais atenção à vida na Terra,
Estuda, aprende, cresce renovado.
Garante, assim, que terás ao teu lado
O belo e o bom que tudo desemperra.
Sem morbidez, pensa que vais morrer
Um dia, por mais distante que esteja.
Amplia a paz que ora em ti já lampeja,
E a fé que não te deixa esmorecer.
Não consideres nonadas, tolices,
Quando te cheguem, qual perturbações.
Saibas do valor das tuas ações
Forjando rotas belas, estreladas.
Semeia o amor que salva e que cativa;
Deixa passar as nonadas da rota,
Muita tolice o raciocínio embota.
Somente o bem deixa-te a alma viva.
Sebastião Lasneau