Nota de Paz
Ouviste oradores inflamados, advogando a causa da paz sobre toneladas de
pólvora e anotaste a presença de supostos vanguardeiros do progresso,
solicitando-a sobre montões de ruínas.
Esperam-na, fomentando a desordem e falam dela portando rifles.
No plano maior, os poderosos alinham bombas e os fracos acumulam desesperos.
Talvez, por isso, em plano menor, muitos adotaram fórmula idêntica. Em
sociedade, acreditam que a astúcia vale mais que a honestidade e, no campo
individual, aceitam o egoísmo à feição de senhor. Afirmam-se cultores da
harmonia, concorrendo às maratonas da discórdia, refere-se à indulgência,
disputando o campeonato da crítica, aconselham bondade, acentuando a técnica de
ferir e reporta-se ao mundo, regurgitando pessimismo, como quem segue adiante a
engulhos de enxurrada e veneno.
E a equação de todos esses desatinos será sempre a guerra... Guerra de
princípios, guerra de interesses, guerra fria superlotando manicômios, guerra
quente esparzindo a morte.
Sabes, porém, com a Doutrina Espírita, que a consciência carrega consigo, onde
esteja, o fruto das próprias obras.
Não incensarás, desse modo, o delírio dos que apregoam a concórdia, incentivando
o dissídio, a rebelião, a injúria e o desânimo.
Trabalharás, infatigavelmente, pelo bem de todos, aperfeiçoando a ti mesmo e
sabendo que caminhas em penhor de tua própria imortalidade, para a exaltação da
vida eterna, com a paz verdadeira começando de ti.
Emmanuel