Ao Servir

Na sementeira do bem,
Nas linhas da compaixão,
Não te limites a dar
Remédio, agasalho e pão.

Ergue a mensagem fraterna
Da bondade e da esperança
E espalha primeiramente
As bênçãos da confiança.

Ajuda com discrição,
Não te comportes a esmo.
A chaga dos semelhantes
Podia estar em ti mesmo.

Recolhe a criança em sombra,
Relegada ao desalinho,
Qual se tivesse nos braços
O corpo do teu filhinho.

Escuta os velhos da estrada
Que, por tristes, sofrem mais,
Como se ouvisses pulsando
O coração de seus pais.

Junto a qualquer sofredor,
Em vez de lamentação,
Estende amor e alegria,
Que ele é sempre nosso irmão.

Todos somos uns dos outros,
Toda Terra é nosso lar.
Sê como o raio de sol
Que ajuda sem perguntar.

Não ampares reprovando...
Toda a malícia é cruel.
Socorro com reprimenda
É pão recheado a fel.

Semeia luz no teu campo...
Não durmas em teu arado...
Seguimos, perante Deis,
Todos juntos, lado a lado.

Se atendes à caridade,
Não te esqueças, cada dia,
Que é preciso servir sempre
Como Jesus serviria.


Casimiro Cunha