Nosso Mundo Interior
Todos nós, por certo, temos a nossa vida exterior e temos, também, a nossa vida íntima. A nossa vida exterior torna-se conhecida e analisada pelos nossos familiares e por aquelas pessoas que nos rodeiam. Entretanto, nossa vida íntima é aquela nossa face oculta que não mostramos. Sim, todos nós, como a Lua, temos a nossa face oculta. Na minha terra havia um ditado muito conhecido: “o tatu traz a banha oculta debaixo da casca”.
Sim, meus amigos, ainda somos portadores de graves deficiências íntimas e que necessitam retificação. O nosso trabalho de purificação íntima é dificílimo. Fácil é enxergarmos os defeitos alheios, porém, difícil é reconhecermos as nossas múltiplas deficiências íntimas. Para nossa renovação moral íntima, temos que travar uma batalha diária. A cada dia, temos que arrancar uma erva daninha do nosso mundo interior. Isso não é fácil, depende da nossa observação e do nosso esforço de auto-educação. Sim, meus amigos, é fácil confessarmos a nossa fé religiosa, é fácil a nossa adesão às ideologias; também, é fácil a nossa palavra na exposição de temas doutrinários; entretanto, a coisa muda de figura, e quando temos que realizar a obra de elevação de nós mesmos, valendo-nos da nossa autodisciplina, da compreensão fraternal e do nosso espírito de sacrifício e de renúncia.
Meus amigos, o Apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos Discípulos:
“alimpai as mãos pecadores; e,vós de duplo ânimo, purificai os corações”. (Tiago - 4: 8)
Sim, meus amigos, sentimos que o Apóstolo Tiago, já aconselhava a nossa dupla transformação: a externa e a interna. Sim, “alimpai as mãos” significa que devemos retificar as nossas ações do plano exterior, que devemos nos melhorar, a fim de nos mostrarmos, como criaturas educadas aos olhos de todos; “purificai os corações”, sábia sentença do Apóstolo Tiago, aconselhando-nos a nossa purificação interna, a purificação dos nossos sentimentos mais íntimos, para melhor vivermos o Evangelho do Mestre. Sim, meus amigos, a purificação do nosso sentimento, no recinto sagrado de nossa Consciência, na indevassável província dos nossos pensamentos.
Meus amigos, esta nossa renovação íntima a que nos exorta o Apóstolo Tiago, por certo, jamais a faremos à custa de palavras brilhantes, mas através, como diria Winston Churchill, “de lágrimas, suor e sangue”...
Domério de Oliveira - Rie