Demônios e Exorcismo
Em vários setores da atualidade revive-se a figura do demônio, no estilo da
Idade Média, e articulam-se processos de exorcismo a fim de lhe conjurar a
presença. Entretanto, no assunto, vale revisar os conceitos kardequianos
emitidos há mais de um século.
Demônios, no sentido que a civilização corrente empresta ao vocábulo, não são
seres votados pela Sabedoria Divina à prática do mal, e sim espíritos humanos
que se desequilibraram em atitudes infelizes perante a vida. Podem estar
domiciliados em faixas de sombra do Mundo Espiritual, em correlação com o Plano
Físico ou em núcleos residenciais da Terra mesmo. Desencarnados e encarnados.
E, para entendermos o exorcismo, basta que nos detenhamos no estudo da hipnose e
do reflexo condicionado para recolher as melhores conclusões quanto ao poder da
influência.
O homem sempre necessitou de apoiar-se em símbolos de amor e fé, autoridade e
responsabilidade para facear com segurança as forças que se lhe conservam
desconhecidas.
Tanto na paisagem terrestre, quanto na paisagem espiritual, seja no estágio
físico ou nos períodos de tempo, antes e depois da permanência no corpo de
matéria mais densa, a personalidade humana, em determinados degraus da estrada
evolutiva, frenará os impulsos de agressividade exagerada ou buscará
encorajamento nas próprias fraquezas, em sinais e palavras, imagens e sons que
lhe recordem os dispositivos de proteção mental a que habitualmente se submeta
ou recorra, nos lances das próprias experiências.
À vista disso, é fácil compreender que a pessoa humana, quando fora das leis de
harmonia e burilamento que nos regem os destinos, será sempre uma criatura de
emoções transitoriamente deterioradas, criando tribulações no lugar em que se
encontre.
E, por outro lado, não é difícil perceber que o exorcismo, na base dos agentes
magnéticos e dos valores da memória, é sempre uma alavanca de emergência capaz
de remover influências infelizes.
Emmanuel