Fracasso e Reabilitação
No capítulo das expiações, o Espírito que fracassa durante o trânsito carnal,
chegando à Erraticidade, adiciona, ao insucesso da experiência perdida, os erros
anteriores que o propeliram à reencarnação.
Dando-se conta da gravidade dos seus delitos, assume alguma das atitudes que
consideraremos:
enlouquecimento, pelo receio de enfrentar a consciência;
depressão, por descobrir as graves responsabilidades que, desrespeitadas,
transformam-se em fardo insuportável;
anestesia do discernimento, como mecanismo de fuga às lembranças doridas,
procurando evadir-se por um tipo qualquer de alienação.
Revolta-se, vitimado pelo orgulho, e, desesperado pelo fracasso pessoal,
deblatera e dá vazão aos instintos primitivos nele predominantes, mais
complicando a própria situação. Ou foge, qual errante peregrino da consciência
procura fugir de si mesmo para lugar nenhum, sendo, então, acoimado pelos
adversários que, por pouco, não o enlouquecem em tais circunstâncias.
Dois fenômenos ocorrem em nome da Divina Misericórdia: o retorno ao arcabouço
carnal ou o intercâmbio mediúnico, para ter diminuídas as aflições e encontrar o
norte que deixou à margem.
A experiência por meio da psicofonia atormentada desperta-o, sem o macerar
demasiadamente, pois que, tomando tal medicamento conscientiza-se, ao mesmo
tempo diminui-se-lhe o sofrimento.
O mergulho na reencarnação expiatória faculta-lhe evadir-se de si mesmo,
ressurgindo como autista, para fugir da consciência de culpa; psicótico,
apagando as lembranças; vitimado pela claustrofobia ou instável, irrequieto ou
desconfiado, quando não traz as dolorosas mutilações no corpo e na emoção,
graças ao que, volta-se para Deus, a fim de recomeçar com equilíbrio.
João Cleofas