Consciência e Plenitude
A busca da plenitude constitui a meta essencial da consciência lúcida que
descobriu os valores reais da vida e superou os equívocos do ego, no processo da
evolução do ser espiritual.
Conscientizado quanto à realidade da vida, na sua qualidade de hálito divino e
eterno, sabe que a rapidez do trânsito carnal em nada afeta o conteúdo de que se
constitui, porquanto identifica o mecanismo da evolução graças ao qual se
adentra na existência física, através da concepção fetal e abandona-a por meio
da anoxia cerebral, quando lhe advém a morte.
Felicitado pela perfeita identificação dos objetivos humanos, empenha-se por
entesourar os recursos inalienáveis do bem, preservando a paz íntima e
comportando-se dentro dos cânones da ordem e do dever, fomentadores do próprio,
como do progresso geral.
A consciência seleciona as necessidades reais das que são utópicas, abrindo
espaços à realização interior que induz ao amor como meio especial de alcançar a
plenitude.
Sonhada por todos os povos, nas mais variadas épocas da História, foi assinalada
por santos, místicos e heróis, como Nirvana, Samadi, Paraíso, glória,
encontrando em Jesus a denominação amena de Reino dos Céus, onde não vicejam as
dores nem as angústias , as saudades nem as aflições.
Delimitando-lhe as balizas no próprio coração da criatura, o Mestre Divino
propôs o mergulho no oceano dos sentimentos, onde pode sobrenadar, fruindo de
harmonia, sem ansiedade, nem arrependimento, sem perturbação ou tormento...
Conquistada a consciência que propicia amadurecimento, o ser alcança o estado de
plenitude espiritual, não obstante se encontre no invólucro carnal.
Enquanto estejas na vida corporal, exercita-te na fraternidade, não te deixando
perturbar por querelas e paixões dissolventes.
Cuida de viver com intensidade e sem cansaço as horas da existência, deixando-as
passar com real aproveitamento, de modo que a recordação delas não te cause
remorso ou lamentação.
Os momentos de consciência profunda , objetiva, proporcionam a memória da
plenitude, passo inicial para a integração no espírito total da vida.
Jesus assinalou esta conquista ao afirmar: "Eu e meu Pai somos um."
Havia uma perfeita identificação entre Ele e o Gerador Universal, acenando aos
Seus discípulos a possibilidade de consciência integral com plenitude pessoal.
Interessado na elucidação da plenitude , ALLAN KARDEC indagou aos Gênios
Espirituais, conforme anotou em O Livro dos Espíritos, na questão 967:
- Em que consiste a felicidade dos bons espíritos ?
- Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja,
nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O
amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as
necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da Vida material. São felizes
pelo bem que fazem....
Joanna de Ângelis