Exercício de Compaixão
Se fosses o pedinte agoniado que estende a mão à bondade pública...
Se fosses a mãezinha infeliz, atormentada pelo choro dos filhinhos que
desfalecem de fome...
Se fosses a criança que vagueia desprotegida à margem do lar...
Se fosses o pai de família, atribulado, ante a doença e penúria que lhe devastam
a casa...
Se fosses o enfermo desamparado, suplicando remédio...
Se fosses a criatura caída em desvalimento, implorando compreensão...
Se fosses o obsidiado, carregando inomináveis suplícios interiores, para
desvencilhar-se das trevas...
Se fosses o velhinho atirado às incertezas da rua...
Se fosses o necessitado que te roga socorro, decerto perceberias com mais
segurança a função da fraternidade para sustento da vida.
Se estivéssemos no lado da dificuldade maior que a nossa, compreenderíamos, de
imediato, o imperativo da caridade incessante e do auxílio mútuo.
Reflitamos nisso. E nós, que nos afeiçoamos a estudos diversos, com vistas à
edificação da felicidade e ao aperfeiçoamento do mundo, façamos quanto possível,
semelhante exercício de compaixão.
Albino Teixeira