Diante da Perfeição
“Sede perfeitos como Nosso Pai Celestial!”
Esta foi a advertência do Senhor ao nosso coração de aprendizes. Todavia, à
maneira do verme, contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a
distância que nos separa da meta.
Impedimentos, compromissos e inibições fluem do nosso “ontem”, asfixiando-nos, a
cada momento de hoje, o anseio de movimentação para a luz.
Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que nos
integrará na magnificência divina, é imperioso começar a grande romagem,
oferecendo ao avanço as melhores forças.
Ninguém exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas
podes ser, desde agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria
casa.
Ninguém te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias
terrestres, no entanto, podes doar, de improviso, a migalha de que te sobre ao
conforto doméstico, em auxílio ao companheiro necessitado.
Ninguém esperas desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas
podes calar, sem detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu
coração para os lábios.
Ninguém aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje,
podes ser a enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados
ao abandono.
Ninguém te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser,
sem delonga, o reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.
Lembra a semente que te regala o corpo e aprendamos a começar.
A planta que era ontem simples promessa, hoje é garantia do pão que te supre a
mesa.
As maiores e mais famosas viagens iniciam-se de um passo.
Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso alcance, desde agora, e a perfeição
ser-nos-á, um dia, preciosa fonte de bênções, descortinando-nos o porvir.
Emmanuel