Plenitude da Vida
O ser querido, que a morte arrebatou, não se extinguiu, prosseguindo, em
outra dimensão, conforme as suas conquistas morais e espirituais.
A morte, em realidade, é a porta que se abre e conduz à vida plena, onde estuam,
indestrutíveis, os tesouros incomparáveis da Eternidade.
Logo após o decesso tumular, não ocorre o enfrentamento com os demônios
representativos do Inferno mitológico, nem com os querubins em júbilo para a
condução do Espírito aos Céus.
Tem lugar, sim, o encontro com a consciência que desperta para a análise do
comportamento vivido em relação àquele que deveria ter sido experienciado.
Nos primeiros dias após a desencarnação, o Espírito geralmente permanece
adormecido, de modo que, ao despertar, defronta a realidade na qual prosseguirá
a partir daquele momento...
Não existem, porém, duas desencarnações e reconquistas da consciência iguais.
Cada ser é um cosmo pessoal, diferindo dos demais, vivenciando emoções e
aspirações compatíveis com o seu nível de evolução.
Assim, cada qual acorda no Além-túmulo conforme adormeceu sob o anestésico da
morte.
É natural que sofras a saudade daquele a quem amas e partiu da Terra no rumo da
Imortalidade.
Não te desesperes, porém, pensando que não mais compartilharás da sua
convivência, da sua afetividade, do relacionamento abençoado.
Ao invés de te permitires o arrastamento pelo desespero, acalma-te e envolve o
ser querido em lembranças felizes, direcionando-lhe pensamentos edificantes e
orações consoladoras. Eles receberão as tuas vibrações de paz e de amor que os
reconfortarão, diminuindo-lhes também as angústias pela viagem realizada, as
dores que, por acaso, experimentem.
Logo que lhes seja possível, volverão a visitar-te, envolvendo-te em ternura e
em gratidão.
Nunca penses na morte em termos de destruição e de aniquilamento.
Tudo, em a natureza, morre para ressurgir, para transformar-se. Por que o ser
humano deveria desaparecer?
Se não o vês, isto não lhe significa a desintegração, considerando que a maioria
de tudo aquilo em que crês é invisível aos olhos, mas captado por instrumentos
especiais torna-se realidade palpável. O mesmo ocorre com os chamados mortos,
que podem ser vistos, ouvidos, sentidos e manifestos através do instrumento
mediúnico.
Se não és dotado de faculdade ostensiva, és possuidor de sentimentos que te
facultam a captação dos pensamentos e dos sentimentos dele.
Se desejas comunicar-te com o afeto que desencarnou, faze silêncio interior e o
perceberás, assim lenindo as dores da aflição de ambos com o ungüento da alegria
e da esperança do reencontro.
Após a morte dilaceradora e cruel sofrida por Jesus, veio a madrugada da
Imortalidade, quando Ele ressuscitou, iluminado e triunfante ao túmulo,
confirmando as Suas palavras e promessas, desse modo iniciando a Era nova da
felicidade sem interrupção pela morte.
Nunca te olvides, pois, da ressurreição que sempre somente se dará, havendo
antes a desencarnação.
Joanna de Ângelis