Namoro
Pergunta - Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles
exista, votam-se os Espíritos recíprocas afeições particulares? Resposta - Do
mesmo modo que os homens, sendo, porém, que mais forte é o laço que prende os
Espíritos uns aos outros, quando carentes de corpo material, porque então esse
laço não se acha exposto às vicissitudes das paixões. Item no. 291, de "O Livro
dos Espíritos".
A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo
período de namoro que se traduz por suave encantamento.
Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a
entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração.
O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear como sendo um "doce
mistério" se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.
Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no
Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em
estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinqüência passional,
noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética,
diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os
lugares da Terra.
Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.
Acontece, porém, que diminuta é, ainda, no Planeta, a percentagem de pessoas, em
qualquer idade física, habilitadas a pensar em termos de auto-análise, quando o
instinto sexual se lhes derrama do ser.
Estudiosos do mundo, perquirindo a questão apenas no "lado físico", dirão talvez
tão-somente que a libido entrou em atividade com o seu poderoso domínio e,
obviamente, ninguém discordará, em tese, da afirmativa, atentos que devemos
estar à importância do impulso criativo do sexo, no mundo psíquico, para a
garantia e perpetuação da vida no Planeta.
É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do
Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo
afetivo.
Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos
Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos,
pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para
casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados
esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades.
Isso porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem
ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à
luz do mundo, em cuja floração, aliás, se é verdade que recolherão trabalho e
sacrifício, obterão também valiosa colheita de experiência e ensinamento para o
futuro, se compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem
com amor as justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.
Emmanuel