Diante do Porvir

Companheiros da Terra, arrebentando amarras,
Desde os ciclos larvais no seio das moneras,
Às duras provações em que sonhas e esperas.
Homem, prossegue além do solo em que te agarras...

Liberta-te, por fim, das paredes bizarras,
Dos presídios mentais em que te dilaceras,
E, atônito, atravessa as sombras de outras eras,
Dissolvendo os grilhões das lutas em que esbarras...

A matéria a vencer – força que te constringe –
Recorda a indagação e a face de outra esfinge
Propondo-te à razão enígmas profundos.

Ama e deixa aos museus as máquinas da guerra,
E alçado às vastidões sem vínculos na Terra,
Acharás o esplendor e a vida de outros mundos!...


Cruz e Souza