Entre Irmãos
Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde
reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais
formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa
converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado
em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo,
possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus
no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos,
quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta
ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como
se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das
criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável
o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário,
disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários
tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha
atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz
grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas
da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa
luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo
se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de
que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as
obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação
espiritual.
“A cada um segundo as suas obras” aparece como canto de justiça e esperança, na
voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de
disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos
companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões
que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom
ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão
de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o
ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos
concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que
os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das
lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o
Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas
alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos
nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos
limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da
assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores
do Codificador, plenificando-nos na grande honra de cooperar com os excelsos
interesses do Insuperado Nazareno. O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o
agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com
os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que
devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos,
comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progresso para todos, em suas lidas
espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém