Carta aos Cientistas
Atualmente, no mundo,
No estudo das forças vivas,
Toda a ciência está cheia
De fórmulas negativas.
É tamanha a extravagância
E tão grande a confusão,
Que os sábios já se esqueceram
Do esforço do coração.
E enquanto as teses retumbam
Na luz das academias,
Os corações se enregelam
Sentindo as noites sombrias.
A força pretensiosa
Dos falsos sábios da Terra
Colabora, hoje no mundo,
Em toda a indústria da guerra.
Ai, porém, de todo aquele
Que no correr da existência
Abusa de dons sagrados
Nas lutas da inteligência.
Meu irmão, toma cuidado,
Busca novas claridades,
O Cristo vê teus caminhos
E as tuas atividades.
Por muito que realizes
Junto ao teu laboratório,
Se te voltas contra Deus
Teu trabalho é sempre inglório.
Procura ver na oficina
Que chamas de "natureza"
A providência Divina
Irradiando a beleza.
Reparaste? Tudo é luz
Ao sol desse eterno dia...
Tens a ciência do mundo
Mas não tens sabedoria.
Cada escola, em cada ano
Modifica os teus conceitos.
Só Deus é o sábio dos sábios
Em teus caminhos perfeitos.
Jamais te rias da fé.
No rigorismo da sorte,
Ela há de ser teu socorro
No instante amargo da morte.
Que em tudo vejas o campo
De estudos e de esperanças;
Há uma verdade divina
Que o Pai revela às crianças.
Essa verdade dos simples
Pode aclarar-te também
Se, longe da vaidade,
Viveres na luz do Bem.
Amigo, examina sempre
O esforço que te conduz.
Por tudo quanto fizeres
Responderás a Jesus.
Casimiro Cunha