A Visita da Poesia

Irmão, aqui estou! Abre-me a porta
da boa casa di tu alma e abriga
quem chegou com a esperança que conforta
e uma palavra amiga!

Só quero que me escutes um instante,
não mais desejo que falar de amor!
Tenho na voz a música fragrante
da brisa sobre a flor!

Assim eu te procuro...sei que choras,
que é muito grande a tua solidão,
como infinitas são as tuas horas
tecidas de aflição!

Toma, pois, do meu cálice e renova
a Fé que te erguerá em tua dor.
Transborda a minha taça da luz nova,
que é vinho do Senhor!

Deixa então, que em teus olhos amanheça
um novo dia, ao sol da confiança...
e em todos os caminhos resplandeça
em nome da esperança!

Vamos, abre-me a porta de tu alma,
as almas tristes são mais generosas.
Minha oferenda é bálsamo que acalma
como as mãos piedosas!

Aqui estou. Confia-me afinal,
teu coração e juntos seguiremos!
Nos caminhos do Amor não reina o mal,
por ali andaremos!...

Quem sou? A voz clara e bela,
e é em meu seio que a dor se refugia!
Perdoa-me a roupagem tão singela,
sou tua Irmã Poesia!


Judas Isgorogota